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Cavalo abandonado agoniza por 20 horas no Recife (PE)

7 de abril de 2011
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O cavalo morreu após passar a noite numa poça de lama e ficar exposto ao sol. (Foto: Teresa Maia/DP/D.A. Press)

Um cavalo gravemente ferido passou a noite numa poça de lama, lugar antes usado para a sua (má) alimentação. Ninguém apareceu para ajudá-lo. Foram quase 20 horas agonizando no meio do mato. Ao amanhecer, após o tutor sentir sua falta e pedir para alguém procurá-lo, o animal foi encontrado por um adolescente. Depois, arrastado por mais alguns metros, quase sem vida, foi jogado como lixo.

Durante horas exposto ao sol, relinchou de dor. Passou fome e sede. Foi abandonado, cruelmente. Por volta das 15h de ontem, o animal já não tinha força alguma. Foi sacrificado por veterinários na Rua Tenente José Antônio da Silva, na Linha do Tiro, Zona Norte do Recife, PE.

O caso foi denunciado por Conceição Maciel, da ONG SOS Quatro Patas. Depois de tomar conhecimento do sofrimento do cavalo, ela entrou em contato com o Centro de Vigilância Ambiental (CVA), ligado à Prefeitura do Recife, que enviou uma equipe. “Ele já não tinha forças nem para se mover. As condições do animal não permitiram que ele sobrevivesse, por isso foi feito o sacrifício no próprio local onde ele estava para evitar ainda mais dor”, explicou o gerente do CVA, Amaro Souza.

A Delegacia do Meio Ambiente também foi acionada para investigar o caso. De acordo com a delegada titular, Verônica Azevedo, o abandono e os maus-tratos aos animais são crime previsto na lei ambiental, cuja pena pode chegar a um ano de detenção e multa, cujo valor é decidido em juízo. “O tutor não foi localizado. As investigações continuam porque ele foi, no mínimo, omisso. Se o responsável for encontrado, será encaminhado à delegacia, onde assinará um TCO (termo circunstanciado de ocorrência) como penalidade”, explicou a delegada.

Elielton Ferreira, 16 anos, morador da localidade, foi o primeiro a encontrar o cavalo agonizando. Procurou o suposto tutor, que ajudou a tirar o animal da lama, mas não tomou nenhuma providência para garantir a sobrevivência dele. “Tentei dar alguns farelos de comida ao bicho, mas ele não conseguia comer. Acho que os ferimentos surgiram porque ele se enrolou com a corda que estava preso, colocada para que ele não fugisse do tutor”, relatou o adolescente. A reportagem procurou a residência do susposto tutor do animal, no entanto vizinhos informaram que ele não iria atender ninguém. A rua é conhecida como ponto de feira de trocas e vendas populares.

Por dia, a ONG recebe de quatro a seis e-mails sobre maus-tratos. O endereço é [email protected].

Fonte: Diário de Pernambuco

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