GAE POA – Grupo pela Abolição do Especismo Porto Alegre
Carta aberta aos gaúchos de bom senso:
Mais uma vez nos cabe denunciar os abusos da exploração animal em relação aos cavalos deste Rio Grande do Sul. Neste momento, centenas de animais estão sendo obrigados a percorrer um trajeto cansativo, sob forte calor, submetidos a cavaleiros despreparados, em uma marcha insana e despropositada, chamada cavalgada do mar.
Tais cavaleiros não sabem ou fingem ignorar a fragilidade dos cavalos? Não bastam os carroceiros que exploram, sugam e matam seus animais?
Insensíveis e exibicionistas, os tais “tradicionalistas” não se importam em expor seus “amigos” a um estresse desnecessário e fatal – seis cavalos já morreram, segundo fontes “extra oficiais”, e, até a última segunda-feira, 22, mais de dez animais estavam em tratamento, segundo o veterinário que acompanha a cavalgada.
O dito companheiro do gaúcho, um dos símbolos do pago, está sendo vilipendiado não apenas por carroceiros pobres (movidos pela crença de que esta seja a única forma de suprir a necessidade de sustento, mas não menos exploradores) mas também por tradicionalistas de fim de semana que exploram seus animais até a morte.
A única finalidade parece ser a de ocupar espaços na mídia e servir de palco para promoções pessoais e de candidatos a cargos eleitorais. As leis de proteção aos animais não devem ser utilizadas apenas para ações contra os carroceiros. É preciso que essa cavalgada tenha fim imediatamente, poupando os cavalos de mais sofrimento e da morte.
Tamanha crueldade precisa ser denunciada a todo o país, além de fazer o Brasil saber que nem todo o rio-grandense comunga das ideias estapafúrdias tradicionalistas. Ser gaúcho é tão somente ter nascido dentro das fronteiras deste estado e isso não faz de ninguém melhor ou pior do que qualquer outro ser humano.
Estes fatos lamentáveis demonstram a superficialidade do discurso ufanista – de gaúcho, pampa, cavalo, pilcha, negrinho do pastoreio, chimarrão, churrasco, prenda e peão. Discurso vazio, ufanismo barato, bairrismo apequenado, desrespeito e falta de ética.
Não assistiremos calados à morte e sofrimento dos animais. Enquanto o coordenador da cavalgada exibe-se na mídia dizendo que “vai marcar a beira da praia com a pata do cavalo”, nós não deixaremos que siga marcando o chão deste Estado com o sangue dos animais.
O protesto será na Praça da Matriz, em frente ao Palácio do Governo, às 17 horas desta sexta-feira, dia 26. Se puder, leve cartazes “Pelo Fim da Cavalgada do Mar”.
GAEPOA – Grupo pela Abolição do Especismo Porto Alegre;
Sentiens Defesa Animal – http://www.sentiens .net/
Olhar Animal – cães e gatos para adoção – http://www.olharanimal.net/