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Catadora encontra filhotes de gato em meio a lixo reciclável

1 de março de 2014
3 min. de leitura
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Catadora segura filhotes de gatos encontrados em lixo reciclável (Foto: 100 Dimensão/Reprodução)
Catadora segura filhotes de gatos encontrados em lixo reciclável (Foto: 100 Dimensão/Reprodução)

Uma catadora de lixo reciclável encontrou dois filhotes de gato na manhã desta quinta-feira (27) em uma caixa de papelão misturada ao lixo orgânico no Riacho Fundo II, no Distrito Federal. Os gatos têm menos de dez dias de vida e, segundo um veterinário, só vão sobreviver se encontrarem uma mãe de leite para amamentá-los.

Presidente da cooperativa 100 Dimensão, Sônia Maria diz que fazia a separação do lixo levado por um caminhão de Samambaia quando percebeu uma caixa se mexendo. Assustada, correu e chamou o colega de trabalho. “Soltei com medo, achando que era um rato”, disse. “Meu colega buscou a caixa e vimos que eram dois filhotes de gato.”

Sônia e os trabalhadores colocaram os bichos em uma caixa com almofadas e um cobertor, onde eles passaram a noite dormindo juntos. Para alimentá-los, os catadores improvisaram uma mamadeira pequena com leite de vaca.

Os animais estão com os olhos semifechados, o que, segundo o veterinário Daniel Glauco, indica que os filhotes têm menos de dez dias. “Geralmente é a mãe quem faz essa limpeza para desgrudar os olhos”, disse.

“Colocamos um pouco de sal no leite, para parecer leite materno”, disse a catadora Glaucione Oduaia. Segundo ela, um dos filhotes mia mais do que o outro e se alimenta menos. “Ele chora mais. Acho que sente falta da mãe”, disse.

As chances dos filhotes sobreviverem, no entanto, são poucas, segundo o veterinário. “Quando é filhote, é muito difícil o cuidado porque é a mãe que vai fazer papel de dar o colostro, de cuidar do filhote. O ser humano não vai conseguir porque é fisiologia da felina mesmo”, disse.
“O leite artificial pode ajudar, mas existe a possibilidade de óbito. O animal precisa de aquecimento, precisa ser higienizado pela mãe. Sozinho, mesmo com meios artificiais, é muito difícil viverem. Uma mãe de leite poderia transferir os anticorpos para os filhotes.”

A protetora de animais Helena Rubinato diz que os gatos têm ninhadas de até nove filhotes e que é possível que outros irmãos dos dois gatinhos já tenham morrido. “Também é possível que esses dois tenham nascido com características diferentes das que o tutor queria e por isso ele jogou eles fora. Acontece muito”, disse.

Helena concorda com o veterinário e afirma que é preciso, com urgência, encontrar uma gata que tenha dado à luz recentemente para alimentar os filhotes. “Eles precisam ficar bem aquecidos e precisam de uma mãe de leite. Os gatos não costumam ter problemas de rejeitar filhos que não são deles”, disse.

Apesar da boa vontade, a cooperativa já tem cinco cachorros e cinco gatos, que foram abandonados no local, e não podem cuidar de mais dois filhotes. Sônia diz que os bichos estão para adoção, mas que espera que, primeiro, encontrem uma mãe de leite.

Fonte: G1

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