Por Wagner Ferreira (da Redação)
O ônibus adaptado que vai fazer a esterilização de cães e gatos nos bairros de Salvador, denominado Castramóvel, passou pelo primeiro teste ao realizar a castração de quatro cães, na tarde desta segunda-feira (09), na Secretaria Municipal de Saúde.
Animais resgatados nas ruas pela vereadora Ana Rita Tavares (Pros), autora do projeto, passaram pelas cirurgias no interior do veículo que foi aprovado pela equipe de veterinários.
Participaram do primeiro teste três médicos veterinários e um anestesista, coordenados pelo cirurgião Augusto Angelim, responsável pela operação do Castramóvel. De acordo com Angelim, o teste foi bem-sucedido e após pequenos ajustes o veículo estará nas ruas para começar o trabalho de esterilização de animais tutelados por pessoas de baixa renda. O objetivo é combater a reprodução descontrolada de animais nas ruas e, consequentemente, os casos de abandono, maus-tratos e zoonoses.
Angelim explica que o Castramóvel ficará estacionado por alguns dias nos bairros da cidade com maior população de animais e realizará de 20 a 30 esterilizações de cães e gatos por dia. A sugestão do veterinário é que nas segundas e terças-feiras a equipe realize o cadastro dos animais a serem esterilizados, além do serviço de pesagem e um trabalho de educação com a comunidade. As cirurgias serão realizadas nas quartas e quintas-feiras. Nas sextas-feiras, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) já vem complementando o trabalho de castração.
Para a vereadora Ana Rita Tavares, ver o Castramóvel realizando as primeiras cirurgias é um marco histórico para a causa animal em Salvador. “Agradeço muito ao prefeito e ao secretário municipal de Saúde por terem acatado nosso projeto. É um sonho de muitos anos, pois quem milita nessa causa há tanto tempo não suporta mais ver tanto animal sofrendo com a violência do abandono. Esperamos aumentar o número de castrações para que tenhamos uma redução significativa no número de animais nas ruas”, diz.
A vereadora agora se dedica a achar uma solução conjunta com a prefeitura para o pós-operatório dos animais não-tutelados que vivem nas ruas. “Nossa sugestão é que, a partir do ano que vem, as ONGs de proteção animal sejam subsidiadas para cuidar da recuperação desses animais”. Segundo a gerente do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Salvador, Geruza Moraes, será preciso um chamamento público para viabilizar a ideia. Até então, o CCZ poderia abrigar os animais após as cirurgias, mas eles estariam sob cuidados das ONGs ou protetores independentes.
Atualmente, a Secretaria Municipal de Saúde tem capacidade para realizar 770 castrações mensais de cães e gatos, sendo 290 numa clínica conveniada e 480 no Centro de Controle de Zoonoses. Há cinco anos, esse número não ultrapassava 250 castrações mensais. “Conseguimos aumentar esse número para mais de 700 em meados desse ano e esperamos chegar a mais de 1000 esterilizações no ano que vem”, afirma a vereadora Ana Rita.