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Casos de crueldade com animais estão provocando mais reação da sociedade

20 de agosto de 2009
3 min. de leitura
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Por Renan Vicente de Andrade (da Redação)

Eram três homens armados atirando em patos indefesos que estavam em um pequeno lago na beira de uma estrada em Saskatchewan, Canadá. O vídeo mostrando tal atrocidade foi postado no YouTube e enfureceu o público. Coletivamente, os homens terão de pagar 16 mil dólares canadenses como multa.

Poucos dias depois, três rapazes em Newfoundland, Canadá, foram acusados por atormentar um filhote de alce até que o animal ficasse exausto. Ele foi morto na frente de espectadores que estavam horrorizados.

Do outro lado do país, filhotes de gato mortos foram encontrados em um freezer em Nanaimo, onde 94 gatos doentes e abandonados foram postos sob os cuidados da SPCA (Sociedade pela Prevenção de Crueldade para com os Animais, em tradução livre). Os abrigos ficaram lotados com ligações de pessoas que gostariam de adotar os gatos.

As reações têm sido de muita revolta.

“O que leva alguem a fazer algo assim ?” perguntou um leitor do canada.com. “Obviamente não tem respeito pela vida. Se eles não conseguem respeitar os animais, como eles irão lidar com os companheiros humanos no futuro ?” “Aqueles rapazes deveriam apanhar com bastões, talvez seus pais também,” declarou outro.

“Uma multa de 10 mil dólares não é suficiente !! Deveriamos fazer como no Oriente Médio e cortar as mãos deles !!!” escreveu outro no canada.com. Crueldade com animais não é novidade. A SPCA de Ontário investigou 14.850 queixas – sozinha – no ano passado, e mais da metade dos animais envolvidos nas reclamações foram levados, como resultado. É assim por todo o país. A SPCA de British Columbia conduziu 4.647 investigações de crueldade em 2007. Em Alberta foram 2.056 casos em 2008.

Mas é o fato de o público ver e ter conhecimento de tais eventos que provoca um reação forte, diz um especialista.

“Quando a matança de animais de alguma forma torna-se de conhecimento público ou é gravada de alguma maneira, nós damos muito mais importância,” disse Sean Hawkins, um professor da Universidade de Toronto que estudou as semelhanças entre direitos dos humanos e dos animais não-humanos. “Isto pode ter muito mais atenção assim do que se acontecesse atrás de portas fechadas de um abatedouro.”

Hawkins disse que a reação emocional do público pode ser “altamente subjetiva,” e as pessoa tendem a ter mais compaixão por casos individuais; atrocidades cometidas contra uma única criatura do que contra um grupo de animais.

“Muitos de nós somos incapazes de ferir outros, incluindo animais, de uma forma premeditada,” ele declara. “Pois assim, nós imaginamos o que o animal irá sentir caso o machuquemos.”

Porter – um professor da Universidade de British Columbia e natural de Deer Lake em Newfoundland, onde ocorreu a morte do filhote de alce pelos três rapazes – diz que a crueldade com animais pode ser motivada pela curiosidade, senso de poder ou raiva e vingança relacionada a – e frequentemente originada por – relações humanas.

“Praticantes de crueldades com animais – sejam crianças ou adultos – praticamente sempre gozam de outros tipos de comportamentos anti-sociais, às vezes cometendo violência contra outras pessoas,” diz o psicólogo.

Atualmente, crueldade com animais é encarada como crime de propriedade ou contra a vida selvagem do Canadá, o que torna muito mais dificil a prisão pelo crime.

Fonte: Calgary Herald

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