Quem não ouviu falar da história da cadela Pandora, que ficou perdida durante 45 dias após a conexão de um voo no Aeroporto de Cumbica, e mobilizou não só o noticiário, mas muitos amadores dos animais abraçaram a causa e lutaram para que as buscas dos animais não fossem encerradas, como quis a companhia aérea responsável pelo transporte?
Tocado pela história de amor entre tutor e cadela, o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) apresentou um projeto de lei obrigando as empresas de transporte a rastrearem todos os animais que levarem nas suas aeronaves, ônibus e embarcações.
De acordo com o projeto de lei, o rastreamento deverá ser realizado durante todo o trajeto da viagem, até o momento da entrega ao tutor, o que não ocorreu com Pandora. E as acomodações dos animais devem ser adequadas e confortáveis.
“Lembramos que, em viagens de avião, o transporte de animais domésticos é cobrado, independente de qual local na aeronave — com o guardião ou no compartimento de cargas. O valor pode chegar a mais de mil e duzentos reais, dependendo do destino e da companhia aérea. Nada mais justo que o serviço seja realizado com total segurança, tanto para o animal como para o seu tutor”, defende o deputado Alencar.
O caso Pandora
Depois de 45 dias desaparecida, a cachorrinha Pandora foi finalmente encontrada no último domingo (30) em Guarulhos, na Grande São Paulo, e devolvida ao tutor, o garçom Reinaldo Junior.
A cachorra foi encontrada por empregados do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos e, após primeiro contato com a mãe do garçom, dona Terezinha, foi levada de carro ao encontro do guardião na casa onde ele estava hospedado na mesma cidade.
“Achei minha filha. Tem muito o que falar, não. Acharam ela. Tenho palavras agora não”, afirmou Reinaldo Junior em suas redes sociais.
Depois do reencontro, a cadela foi encaminhada a um hospital veterinário de São Bernardo do Campo, na Grande SP, para passar por exames. Segundo a família de Reinaldo Júnior, ela estava magra e parecia muito debilitada.
Pandora sumiu durante uma conexão de um voo da Gol no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo em 15 de dezembro.
Defensores dos direitos dos animais organizaram um protesto no aeroporto na noite do dia que o sumiço completou 1 mês. Munidos de cartazes com os dizeres “Gol, cadê a Pandora?”, os manifestantes circularam pelo terminal do aeroporto.
Tutor da Pandora, o garçom Reinaldo Junior mobilizou uma série de perfis nas redes sociais desde o desaparecimento da cadela. Ele também ofereceu recompensas para quem encontrar pistas do paradeiro dela.
Imagens do aeroporto
Um vídeo obtido pelo tutor da cadelinha mostrou o animal correndo pela pista e Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Região Metropolitana.
A cachorra viajava dentro de uma caixa de transporte em um voo da Gol e desapareceu no dia 15 de dezembro durante uma conexão do Recife, em Pernambuco, para Navegantes, em Santa Catarina. A passagem da Pandora, paga à Gol, custou R$ 850, mais R$ 650 da caixa que é obrigatória para o transporte.
As imagens mostram alguns funcionários do aeroporto vendo Pandora circular pelo Terminal de Cargas e apontar para onde ela seguia. Às 9h19, a câmera registra Pandora andando pelo gramado perto de uma guarita.
O tutor da Pandora conseguiu as imagens com a Polícia Civil. Ele vinha solicitando o vídeo com a Gol e a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, mas não tinha recebido.