Nesta semana, o caso da morte de um cachorro golden retriever de quatro anos de idade durante transporte aéreo feito pela empresa Gol reacendeu a discussão sobre regulamentação do tema.
Joca deveria ter sido levado do Aeroporto Internacional de Guarulhos, para o Aeroporto de Sinop, no Mato Grosso, no mesmo voo do tutor. Mas o cachorro foi embarcado para Fortaleza, a mais de 2 mil quilômetros de distância de Sinop. O tutor, João Fantazzini, foi informado do erro pela empresa apenas quando chegou no Mato Grosso. Ele, então, decidiu voltar a Guarulhos para encontrar Joca e o cachorro estava morto. O caso está sendo investigado pela Polícia.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que criou um grupo de trabalho para discutir a forma como as companhias aéreas tratam dessa questão. A companhia aérea Gol anunciou a suspensão do transporte aéreo de animais no porão, por 30 dias, a partir desta quarta-feira (24/04).
Apesar de não ter tido um final tão trágico, uma outra história de sofrimento animal durante viagem aérea da Gol aconteceu com a cachorra Pandora e gerou protestos.
Em dezembro de 2021, a cachorra Pandora desapareceu no aeroporto de Guarulhos durante um voo da Gol vindo de Recife (PE) até Navegantes (SC). Na conexão em Guarulhos (SP), por erro procedimental, Pandora desapareceu e ficou 45 dias perdida até ser localizada novamente. Ela foi encontrada por empregados do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 30 de janeiro de 2022.
Defensores dos direitos animais organizaram um protesto no aeroporto na época, com cartazes dizendo “Gol, cadê a Pandora?”.
O tutor, Reinaldo Junior, criou na época um perfil no Instagram para compartilhar informações sobre o caso, o @cade.pandora, que hoje promove adoção de animais e mostra a vida de Pandora. Ontem (23/04), a página compartilhou junto a Reinaldo o vídeo do cachorro Joca sendo encontrado sem vida pela família e declarou: “Até quando iremos sofrer com esse tipo de DESCASO das companhias aéreas brasileiras ,até quando querem por MORDAÇA E VENDAS!!”
Cão Pinpoo
A ANDA foi o primeiro veículo a noticiar o caso do cachorro Pinpoo, que deveria ter viajado de Porto Alegre (RS) para o Espírito Santo no dia 2 de março de 2011 em voo da Gol, mas nunca chegou. A tutora do cão, a aposentada Nair Flores, de 64 anos, seguia para mesmo destino em outra companhia aérea que só recebia animais com menos peso. Dona Nair soube que o cão não chegaria, quando parou em uma conexão em Minas Gerais, e foi avisada por telefone que Pinpoo teria fugido antes do embarque.
O retorno da visita na casa da filha em Guarapari (ES) que duraria até 15 de março daquele ano, foi antecipado para o dia 8. “Nem vi o mar, voltei antes porque queria procurar o ‘Pinpoo’. Estava tão nervosa que passei mal durante o voo”, disse Nair.
O drama da tutora chegou ao fim 14 dias depois do desaparecimento de Pinpoo, quando ele foi encontrado por policiais dentro do aeroporto.
Especialista em Direito Animal fala sobre o caso Joca e regulamentação no país
Cada companhia aérea hoje atua de um jeito porque não há um regramento. Entidades da sociedade civil organizada já vêm pedindo esse regramento à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e ao governo federal, inclusive com ações na Justiça.
Débora Freitas e Fernando Andrade conversaram com Leandro Petraglia, advogado especialista em Direito Animal sobre o caso Joca e quais as regras e leis para proteger os animais durante viagens aéreas.
Com informações de: CNN Brasil