O caso de Ryder, um cavalo explorado para puxar carruagens que colapsou sob o sol escaldante de Manhattan, Nova York (EUA), começou a ser julgado ontem (15/07). O carroceiro Ian McKeever, que era responsável por Ryder, foi acusado de maus-tratos a animais.
Em agosto de 2022, Ryder desabou exausto perto da Times Square após horas puxando uma carruagem sob um calor de 29°C. Testemunhas relataram que ele já mostrava sinais de exaustão, mas McKeever insistiu em continuar o trajeto, sacudindo as rédeas para forçá-lo a andar. Vídeos mostram o momento angustiante em que o cavalo, incapaz de se levantar, é pressionado pelo condutor.
“O réu optou por insistir, mantendo o ritmo normal de trabalho e sobrecarregando Ryder”, disse a promotora do caso, Taylor Maurer, em sua alegação inicial.
Ryder caiu sobre o lado direito e ficou no asfalto por quase uma hora, ocasionalmente tentando se levantar enquanto policiais o resfriavam com água e gelo de restaurantes próximos, de acordo com o depoimento e imagens de corpo-câmera do sargento Vincent Fontana, da unidade montada da polícia. Os agentes colocaram um travesseiro sob a cabeça do cavalo para proteger seu olho direito do pavimento.
Por fim, o ele se levantou, entrou em um reboque e foi levado de volta ao estábulo.
Apesar de sobreviver ao colapso, Ryder foi morto em eutanásia meses depois devido a complicações de saúde, um destino que, infelizmente, é comum para cavalos explorados pela indústria turística. A morte dele foi tão triste e marcante, que o projeto de lei que pede a proibição das carruagens puxadas por cavalos em Nova York leva seu nome.
É desumano expor cavalos ao tráfego intenso de Manhattan. Ao longo dos anos, diversos cavalos se assustaram, saíram em disparada e colidiram com carros ou outros objetos. Muitos, além de Ryder, já desmaiaram durante o trabalho.
McKeever deve testemunhar durante o julgamento. Se condenado, ele pode pegar até um ano de prisão, embora a acusação também permita penas alternativas, como multas ou serviço comunitário.