Um casal de pinguins-de-humboldt (Spheniscus humboldti) do mesmo sexo chocou e está cuidando de um filhote raro rejeitado por outro casal no Zoológico de Chester, na Inglaterra. Scampi e Flounder, dois machos, assumiram os cuidados parentais do pequeno pinguim, que faz parte de um grupo de dez filhotes nascidos recentemente no local.
Apesar da narrativa comovente, que descreve pais dedicados regurgitando peixes para alimentar o filhote e expectativa de “aulas de natação” em breve, a situação envolve animais em cativeiro, incluindo filhotes que provavelmente não terão a possibilidade de conhecer a natureza.
Os pinguins-de-humboldt sofreram um declínio populacional de 85% nas últimas quatro décadas devido à pesca e às mudanças climáticas. A reprodução em cativeiro não resolve as ameaças reais que esses pinguins enfrentam na natureza e não ajudam efetivamente na recuperação da espécie.
A espécie é nativa da costa oeste da América do Sul e depende da corrente de Humboldt para sobreviver. Classificados como “vulneráveis” pela IUCN, a principal ameaça aos pinguins-de-humboldt é a atividade humana, e os zoológicos estão inclusos nisso.
A história do casal gay de pinguins poderia ser um símbolo de diversidade e cuidado parental na natureza, algo que, de fato, ocorre entre pinguins livres. No entanto, em um zoológico, a narrativa é instrumentalizada para justificar a manutenção de animais aprisionados.
Se realmente nos importamos com os pinguins-de-humboldt, deveríamos investir em proteger seus oceanos, não em reproduzi-los em tanques.