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RIO DE JANEIRO

Casal de caçadores de animais silvestres que atuava no Parque Nacional da Tijuca é preso

Técnica utilizada pelos criminosos evidencia a importância de não alimentar animais silvestres, atitude que fragiliza a proteção da fauna

22 de maio de 2025
4 min. de leitura
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Foto: Divulgação

Uma operação conjunta de inteligência do ICMBio, da Polícia Federal, do Comando de Polícia Ambiental (CPAM) e do 6º Batalhão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), da Polícia Civil e da CIVITAS (Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio a Segurança Pública), da Prefeitura do Rio, resultou, hoje, na prisão de um casal que caçava animais silvestres dentro do Parque Nacional da Tijuca.

A ação foi comandada pelo setor de inteligência do CPAM, que foi auxiliado pela Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Federal (DMA/PF/RJ) por meio do fornecimento de dados de inteligência para a captura do casal. No fim da última semana, os criminosos entraram no setor Floresta do Parque e sua movimentação já era monitorada há semanas, em conjunto pelas forças de segurança. Os passos do casal dentro da mata foram acompanhados até que eles capturassem uma fêmea de macaco-prego e saíssem da Unidade de Conservação com o animal. De acordo com a PF, o objetivo seria traficar a espécie por meio de redes sociais e feiras clandestinas.

No deslocamento logo após sair do Parque, militares do 6º BPM interceptaram o veículo na altura do número 800 da Avenida Édison Passos, na Tijuca (RJ), onde efetuaram a prisão em flagrante com o macaco-prego dentro do veículo, preso em uma mochila, com sinais de estar dopado.

Foto: Divulgação

A fiscalização do ICMBio, junto com os policiais militares, fez a autuação do homem (29 anos) e da mulher (26 anos) no momento da apreensão e os conduziu para a delegacia da Polícia Federal, no Centro da cidade. Eles possuem registro por outros crimes ambientais. No veículo em que o casal estava, foram encontrados sacos, cordas, alimentos utilizados para atrair os animais (frutas, biscoitos, doces, ovos, etc) e uma caixa de medicamento. Já na delegacia da PF, o homem presente no veículo foi autuado por receptação qualificada, caça dentro de área de reserva ambiental e maus-tratos a animais, além de ter o telefone e carro apreendidos e encaminhado para o presídio. Já a mulher foi autuada por crime ambiental e será investigada ao longo do inquérito. Eles vão responder pelo crime de infrações contra a fauna, o que inclui a caça, disposto no artigo 24 do decreto 6514.

Método de caça evidencia o risco de alimentar animais silvestres

Foto: Divulgação

A fêmea de macaco-prego foi levada para ser atendido no Instituto Vida Livre, onde deve passar por exames para verificar o seu estado de saúde e confirmar ou não o uso de medicamentos para a sua captura. Para capturar o animal, os criminosos utilizaram diversos alimentos que normalmente são ofertados para a fauna silvestre e mudam os hábitos dos animais, deixando-os mais expostos.

“Alimentar um macaco-prego, que é uma espécie muito comum no Parque Nacional da Tijuca, faz com que ele perca o medo do ser humano para se alimentar com mais facilidade. Além de expor o animal ao risco de doenças humanas (e vice-versa), fragiliza o seu instinto natural de se manter longe das pessoas, de se manter arisco. Por isso, por melhor que seja a intenção, nunca devemos alimentar nenhum animal silvestre”, alerta a Chefe do Parque Nacional da Tijuca, Viviane Lasmar.

A operação contou, ainda, com o apoio da CIVITAS (Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio a Segurança Pública), da Prefeitura do Rio de Janeiro. Eles foram procurados pelas forças de segurança para dar apoio com o veículo suspeito, incluindo no Cerco Eletrônico. No dia 13 de maio, a placa foi incluída no sistema da CIVITAS que monitora movimentações suspeitas em tempo real. Além disso, um histórico de circulação anterior a essa data foi apresentado à polícia, para que padrões de circulação fossem identificados. Desde o dia 13/05, a CIVITAS, emitiu 10 alertas em tempo real, (repassados em tempo real também para a polícia), sendo o último deles, na tarde de sexta-feira passada (16/05).

A ação de sexta-feira foi feita no contexto da força-tarefa que está sendo montada para combater o tráfico de animais silvestres no estado do Rio de Janeiro. O grupo é integrado pela Polícia Federal, ICMBio, IBAMA, PMERJ, PCERJ e INEA, que vêm unindo esforços e trocando informações para combater os crimes contra a fauna, de forma a garantir a vida plena e liberdade dos animais nas florestas cariocas, além de prender traficantes de animais pelos crimes ambientais e outros que o cercam, como a receptação qualificada.

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