Por Patricia Tai (da Redação)
O Departamento de Conservação Ambiental (DEC) de Nova York está sob fogo cruzado por ter matado dois cisnes, exatamente no momento em que legisladores tinham aprovado uma moratória de dois anos sobre controle letal no estado. As informações são da Care2.
Os cisnes foram mortos no dia 24 de junho em Black River Bay, quando moradores viram tiros sendo disparados de um barco sem identificação. Era uma família de cisnes e os atingidos foram os pais, o que causou preocupação nas testemunhas quanto ao destino dos filhotes que presenciaram a cena.
De acordo com noticiários locais, moradores que seguiram os atiradores, supondo primeiramente que fossem caçadores, identificaram-lhes posteriormente como “especialistas de vida selvagem” que estavam trabalhando para o DEC.
Em declaração dada a uma emissora de TV local, a agência defendeu suas ações, afirmando que estava “cumprindo um protocolo de longa data para gerenciar essa espécie invasiva que ameaça outras espécies neste habitat sensível”.
O último incidente provocou mais indignação por parte dos defensores de direitos animais e fez eleger oficiais que vêm lutando para assegurar que os cisnes brancos, que estão presentes no estado desde que foram trazidos nos anos 1800, sejam protegidos exatamente desse tipo de dano.
Durante o inverno, o DEC tornou-se alvo de revolta pública após ter divulgado um projeto que implicava na erradicação da população de 2.200 cisnes brancos até 2025, argumentando que trata-se de uma espécie invasiva que representa ameaça à vida selvagem nativa e que é agressiva com as pessoas. Mais tarde, depois de receber milhares de cartas, comentários e petições, o DEC retrocedeu em relação ao seu plano e disse que iria adiar a matança de quaisquer cisnes, e consideraria métodos não letais para atingir seus objetivos de gestão antes de lançar outro plano.
Enquanto isso, o deputado Steven Cymbrowitz e o senador Tony Avella introduziram uma legislação que deveria colocar o plano em suspensão. A legislação colocava uma moratória de dois anos para o extermínio dos cisnes e exigia que o DEC realizasse pelo menos duas audiências públicas e concedesse um período para comentários do público antes de finalizar outro projeto de manejo. Também determinava que a agência justificasse o seu plano com evidência científica e priorizasse “técnicas não letais”.
Em uma vitória para os cisnes, a legislação foi aprovada na semana passada e os autores da lei estão indignados com o fato dos funcionários da agência terem violado a norma de que nenhum cisne deveria ser morto. O senador Avella enviou uma carta com crítica mordaz à agência por permitir que funcionários, insensata e cruelmente, matem cisnes na frente de moradores que estavam no local “desfrutando da água naquele dia”, e escreveu ainda que “o fato destas mortes terem sido provocadas após o DEC ter concordado em revisar o seu ‘plano de erradicação’ e submetê-lo à outra audiência pública torna o episódio ainda mais vergonhoso e justifica uma investigação imediata”.
O deputado Cymbrowitz também criticou o estado por suas ações em um comunicado: “O acordo implicava na manutenção de promessa de boa fé por parte do DEC e que este mantivesse os cisnes fora do corredor da morte até novos avisos. Ao invés disso, nós estamos tendo uma clara indicação de que o DEC não é digno de confiança e ainda planeja engajar-se no sancionado assassinato dos cisnes brancos”.
Agora, ambos estão pedindo à agência que peça desculpas e explique por que pensou que seria correto ir em frente e matar os cisnes mesmo que nenhum novo plano tivesse sido divulgado e sob o entendimento de que nenhum cisne devesse ser lesado.
Assine a petição para que o DEC justifique publicamente as suas ações e assegure que não haverá mais cisnes sendo perseguidos ou mortos.