Carroceiros responsáveis por submeter animais a um grande estresse e a traumas muitas vezes irreversíveis se colocaram contra a ação cautelar que será ajuizada por ativistas do meio ambiente e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) pela proibição de animais na Lavagem do Bonfim, em Salvador, na BA.
A intenção do grupo favorável a expor os animais a condições estressantes é elaborar um documento ao Ministério Público, OAB e ONGs alegando que os animais “são bem tratados”, mesmo sendo evidentes os maus-tratos sofridos por eles.
Alguns participantes do evento, incomodados com o movimento de defesa dos animais, ameaçam não acatar à ação cautelar: “É muito bicho. Vai precisar de uns 500 policiais montados para tirar a gente da festa”.
Ação A OAB-BA, juntamente com três ONGs, ajuizam hoje, no Plantão Judiciário, a ação cautelar para impedir a presença dos animais na festa. O argumento é de que os animais são submetidos a grande estresse, esforço físico desmedido, sons estridentes, açoites e temperatura escaldante. Enquanto isso, os ambientalistas acreditam que o documentário Os Animais da Terra da Felicidade, produzido no ano passado, servirá de prova no processo.
MP fiscalizará maus-tratos na Lavagem
Diferentemente de 2010, quando o Ministério Público entrou como uma das partes no processo contra a prefeitura e Saltur, desta vez a instituição fiscalizará o cumprimento da lei depois da decisão do juiz. “Maltratar um animal é ferir, inclusive, a dignidade humana, já que afeta também as pessoas mais sensíveis”, disse o substituto da 2ª Promotoria do Meio Ambiente, Antônio Leal.
O promotor cogita ainda enviar à festa, caso a presença dos animais seja liberada, técnicos do órgão para servir de fiscais da prefeitura e dos tutores de animais.
Em 2010, o juiz substituto da 8ª Vara, Mário Albiani Júnior, liberou a presença dos animais com a condição de o município punir as situações de maus-tratos.
Com informações do Correio 24h