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Carne gera 35 vezes mais impacto ambiental que vegetais

27 de novembro de 2019
3 min. de leitura
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50 gramas de carne vermelha, por exemplo, está associada a 20 vezes mais emissões de gases do efeito estufa | Pixabay

De acordo com um estudo da Universidade de Oxford e da Universidade de Minnesota publicado no último dia 12 no periódico da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (Pnas), a carne gera 35 vezes mais impacto ambiental do que os vegetais, considerando toda a cadeia produtiva e todos os indicadores.

A pesquisa intitulada “Multiple health and environmental impacts of foods”, e realizada por David Tillman, Jason Hill, Marco Springmann e Michael A. Clark, destaca que 50 gramas de carne vermelha, por exemplo, está associada a 20 vezes mais emissões de gases do efeito estufa e, dependendo do sistema de produção, até 100 vezes mais uso da terra do que uma porção de 100 gramas de vegetais.

O mesmo estudo aponta que alimentos associados a mais ganho em saúde e qualidade de vida – como grãos integrais, cereais, frutas, legumes, oleaginosas e leguminosas – têm impactos ambientais muito mais baixos em comparação com a produção de alimentos de origem animal que já tiveram seus malefícios comprovados há anos – como por exemplo a carne processada.

A pesquisa conclui que ganho em saúde e sustentabilidade ambiental caminham juntos se estivermos dispostos a dar atenção para a importância desse tipo de transição, e destaca a necessidade de consumidores, indústria e políticas públicas voltadas à nutrição considerarem esses aspectos.

“Dieta vegana”, melhor forma de reduzir impacto no planeta
De acordo com o pesquisador da Universidade de Oxford, Joseph Poore, do Departamento de Pesquisa em Meio Ambiente, a agropecuária é responsável por 58% das emissões globais de gases do efeito estufa, que favorecem o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Segundo Poore, que publicou no ano passado na revista Science um artigo que é resultado de um estudo que analisou dados de 40 mil fazendas que produzem 40 produtos agrícolas em 119 países, 80% das áreas agrícolas utilizadas atualmente fazem parte do ciclo da agropecuária.

O pesquisador afirma que a produção agropecuária demanda uma grande quantidade de recursos naturais e que o impacto dos produtos de origem animal de menor impacto normalmente excede o de seus substitutos de origem vegetal, fornecendo novas evidências para a importância de uma mudança de hábitos alimentares.

Comparando o impacto da produção de carne bovina com a proteína baseada em vegetais, ele diz que até mesmo a carne orgânica ou considerada sustentável pode requerer 36 vezes mais terra e gerar seis vezes mais emissões de gases do efeito estufa do que a produção de leguminosas como a ervilha, por exemplo.

Poore, defende que uma “dieta vegana” é provavelmente a melhor maneira de reduzir o impacto no planeta, não apenas por causa dos gases do efeito estufa, mas também por causa da acidificação global e eutrofização, além do uso de terra e água.

Para quem se preocupa com o meio ambiente, o pesquisador reforça que é muito melhor abdicar do consumo de alimentos de origem animal do que reduzir viagens de avião ou comprar um carro elétrico:

“Realmente são os produtos de origem animal que são responsáveis por muitos desses problemas. Evitar o consumo desses produtos traz benefícios ambientais muito melhores do que comprar carnes e laticínios sustentáveis”.

Em 2018, o estudo liderado por Joseph Poore, e intitulado “Reducing food’s environmental impacts through producers and consumers”, foi classificado pelo jornal britânico The Guardian como a maior análise já feita sobre os efeitos da produção agropecuária.


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