(da Redação)
O assassinato de equinos para consumo se tornou manchete no mundo em 2013, quando foi descoberto que grandes marcas de alimentos, especialmente no Reino Unido e Europa, vendiam produtos contendo carne de cavalo como se fossem de carne bovina.
O episódio causou escândalo entre muitos consumidores dos países afetados e chamou atenção para um fato não tão conhecido: apesar de estar tradicionalmente fora do menu ocidental, cavalos, asnos, mulas e outros equinos são regularmente mortos para fins alimentares em muitos países – inclusive no Brasil.
Segundo a Humane Society International, os países que mais matam equídeos para consumo são, em ordem crescente: Mongólia, Rússia, Cazaquistão, México e a China. Só este último matou, em 2012, mais de 1.6 milhão desses animais para o consumo humano.
Na União Europeia, a Bélgica, a Itália e a Holanda detém os maiores valores de consumo per capta de carne de cavalo, segundo o Eurostat. Na França, o uso de equinos na gastronomia já foi bem maior, mas o produto continua a ser considerado uma iguaria entre chefs. A Itália é o país que mais assassina cavalos para alimentação, seguido pela Espanha – cada um matou cerca de 50 mil equinos em 2013, segundo a Humane Society International.
O cavalo pode estar fora do prato do brasileiro, mas nem por isso está seguro por aqui. O país tem uma longa tradição de produzir carne de cavalo para exportação, embora a indústria tenha diminuído fortemente nas últimas décadas: entre 1960 e meados da década de 70, a produção por vezes ultrapassava mais de meio milhão de animais mortos; em 2012, foram menos de 180 mil.
Apesar de ser um mercado em declínio, o número de equinos mortos permaneceu estável na última década, com tendência de alta. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne de cavalo para a União Europeia – seus maiores clientes são Itália e Bélgica, que também reimportam o produto para outros lugares.
Em 2010, o grupo belga de direitos dos animais Gaia fez uma campanha para denunciar o sofrimento de cavalos de produção no Brasil e no México, o que teria afetado a compra da produção desses países por parte da Bélgica.
Assista ao vídeo produzido pelo grupo Gaia (em francês):
(GAIA) Du cheval à l’assiette : Mexique et Brésil from GAIA TV on Vimeo.