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A verdadeira caridade é radical

26 de dezembro de 2014
2 min. de leitura
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O imaginário em torno da palavra caridade é sempre alguém cedendo um prato de comida a quem tem fome, é uma pessoa que sai em silêncio e não diz nada para ninguém. Mas o verdadeiro ato de caridade é a prática de coisas difíceis, às quais ninguém quer abrir mão.
Recentemente um fato curioso me chamou a atenção. Um grupo de pessoas realizou um evento de ajuda humanitária. Conseguiu muito pouca ajuda e adesão nas redes sociais. Mesmo assim, foram sozinhos à luta.
Mas, vejam, na hora de divulgar o trabalho realizado, postando fotos das poucas pessoas ao lado das crianças sorridentes pela ajuda recebida, o que veio foi uma enxurrada de nojentos comentários odiosos, do tipo ‘por que postar fotos? se você faz as coisas fique quieto’, etc, etc.O caridoso deve sair e falar para todo mundo o que fez. Sim, gente boa! Sabe por quê? Por que assim você inspira os outros a fazer o mesmo.
Quando falamos ‘seja vegano’, os arrogantes acham que você é arrogante. Mas muita gente se inspira e começa a ler, a se interessar e a ajudar. Depois que me tornei vegana, entrei para a militância dos direitos humanos. Atuo na causa animal mais efetivamente. Minha sensibilidade aumentou. Falei a todo mundo, com a voz bem alta, tudo o que fiz.
É preciso dizer, quando você ajuda alguém. Diga aos outros ‘eu fiz’. Não dói. Faça também.
Na Capital do RS, muitas pessoas são duras, não ajudam, não se cumprimentam. No meu prédio, as pessoas jogam muletas no lixo.
Eu ajudo, distribuo livros, panfletos de como ajudar. E digo bem alto ‘seja vegano’. E digo o porquê – ‘o veganismo salva vidas de animais, diminui o trabalho escravo de humanos, contribui para diminuir a degradação ambiental e diminui a fome do mundo, pois cereais são plantados para o gado, para produzir leite para encher a pança de humanos’.
Sou chamada de radical, mas a verdadeira caridade é radical. Os verdadeiros caridosos sempre foram subversivos e foram perseguidos por isso. O maior exemplo disso foi Jesus. O sábio e velho Nietzsche escreveu sobre a humildade e sobre o preço que se paga, certas vezes, por fazer a caridade. Mesmo assim, a gente faz. Porque quer fazer.
O barato que dá quando se compra algo é tão passageiro. Pegue algo em sua casa, saia para a rua e ajude alguém. Volte para casa e sinta o que aconteceu. Mas não fique quieto. Passe adiante.

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