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DESASTRES

'Carcaça atrás de carcaça': rodovia da morte mata milhares de bichos raros

8 de novembro de 2025
2 min. de leitura
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Documentário “Cuidado – Animais na Pista” revela perigos da BR-262 para a fauna do Pantanal
Imagem: Divulgação/Documenta Pantana

A BR-262, conhecida mundialmente como “rodovia da morte”, é uma das principais responsáveis pelos atropelamentos de animais silvestres no Pantanal. Entre maio de 2023 e abril de 2024, 2.300 animais foram atropelados em 350 km da rodovia, entre Campo Grande e a ponte do rio Paraguai, segundo dados do Icas (Instituto de Conservação de Animais Silvestres).

O que aconteceu

Rodovia é retratada no documentário “Cuidado – Animais na Pista”, que denuncia o grave impacto da via na biodiversidade da região. Dirigido por Sandro Kakabadze, para o Documenta Pantanal, o filme ouve especialistas e relembra casos emblemáticos, além de propor ações para reduzir os impactos.

Espécies raras e silvestres, como tatus, anfíbios, jacarés e cachorros-do-mato, são frequentemente encontradas mortas, segundo o Icas. Estimativas apontam que entre 2.000 e 5.000 são vítimas anualmente na BR-262. Não há, porém, detalhes do período exato analisado para coleta dos dados.

O filme conta a história de “Ty”, tamanduá-bandeira monitorado desde o nascimento que morreu às margens da BR-262. “Sabemos que a tragédia desse indivíduo se repete continuamente em rodovias de todo o país”, afirmou Arnaud Desbiez, presidente do Icas.

Voluntários percorreram a BR-262 recolhendo animais mortos e denunciaram ao DNIT em Mato Grosso do Sul a “carnificina diária”. Eles foram recebidos pelo superintendente, que explicou os entraves para implementar as soluções. “O plano licitado para reduzir atropelamentos tem valor de R$ 30,27 milhões e prevê 185 km de cercamentos, que direcionarão os animais para passagens de fauna existentes e 18 novas, recém-implantadas”, afirmou Euro Varanis.

“Além do fator animal, há o fator humano: muitas vidas se perdem nesses acidentes”, afirmou Gustavo Figueirôa, do Instituto SOS Pantanal. Ele reforçou que a responsabilidade pela segurança nas estradas é das agências públicas e concessionárias.

 

Fonte: Uol

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