Mais de 1.300 pequeninos caracóis, criticamente ameaçados de extinção e que estavam sendo protegidos em um centro de resgate, foram soltos para repovoar uma remota ilha do Atlântico. O caso foi relatado pela BBC.
Eles são de duas espécies nativas das Ilhas Desertas, território português próximo à Ilha da Madeira, e agora retornam ao seu habitat. Acreditava-se que essas duas espécies de caracóis minúsculos (do tamanho de ervilhas), que não eram vistas há mais de 100 anos, já estavam extintos – e por isso, quando uma pequena população de 200 indivíduos, foi encontrada em rochas na Ilha Deserta Grande, houve urgência em protegê-la.
Eles foram então levados para centros na França e na Inglaterra, onde ficaram e se proliferaram até poderem ser devolvidos ao seu arquipélago original – agora, em Bugio, uma ilha vizinha menor e onde o perigo de ratos e cabras, que foram levados pelos homens à Ilha Deserta Grande.
Os 1.329 filhotes de caracóis, criados, foram marcados com pontos de identificação – usando canetas não tóxicas e esmalte de unha – antes de serem transportados de volta, e agora serão monitorados constantemente.
“[É um] código de cores”, disse à BBC Dinarte Teixeira, biólogo conservacionista do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas da Madeira. “Isso nos permitirá identificá-los e rastrear para onde eles se dispersam, o quanto eles crescem, quantos sobrevivem e quão bem eles se adaptam ao seu novo ambiente.”
Gerardo Garcia, do Chester Zoo, disse que a reintrodução foi “um grande passo em um plano de recuperação de espécies”.
Esses pequenos seres são importantes por exercerem a quebra de matéria orgânica e conduzir nutrientes para o solo. Além disso, servem de alimento para outras espécies nativas, colaborando para o equilíbrio local.
“Eles ajudam as plantas a crescer. Tudo isso depende dos pequenos – os insetos e os caracóis que muitas vezes são negligenciados”, diz Garcia.
Fonte: Um Só Planeta