Um agente penitenciário do Presídio Danilo Pinheiro, em Sorocaba, a 99 quilômetros de São Paulo, encontrou, nesta sexta-feira, uma pomba carregando dois celulares que deveriam ser entregues para presos. Foi o terceiro caso em dez dias no estado. Na semana passada, outras duas aves foram capturadas com peças de celulares amarradas no corpo. A Polícia Civil investiga se os presos do regime semiaberto estão utilizando os pássaros para transportar os objetos para dentro do presídio.
Segundo a polícia, o agente penitenciário avistou a pomba por volta das 7h30m. A ave estava próxima da torre 2, com uma bolsa de tecido amarrada junto ao corpo. Dentro da bolsa havia um celular Motorola, com bateria e carregador, e um celular Gradiente, sem bateria e sem chip. O caso foi registrado no plantão policial, como apreensão e localização de objetos. Os aparelhos foram encaminhados para o Instituto de Criminalística (IC) e devem passar por perícia.
Os presos estão usando pombos comuns para fazer serviços de pombo-correio. Segundo especialistas, os pombos-correio não viajam para qualquer endereço. Eles sempre seguem o mesmo caminho e voltam para o local onde nasceram ou aprenderam a voar. Os pombos comuns chegar a percorrer cinco quilômetros no máximo. Um pombo-correio consegue percorrer até mil quilômetros em um só dia. A polícia desconfia que os presos estejam usando pombos que estão dentro do presídio para fazer o serviço.
O primeiro pombo foi localizado por um agente penitenciário no dia 25. Ele viu a ave cair em uma residência, na Rua Manoel Monteiro, atrás do presídio. Nela estava amarrado um saquinho preto com peças de um celular desmontado.
No dia seguinte, outra pomba foi capturada. A ave transportava um carregador de bateria. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) disse que realizou uma inspeção de rotina nas celas, mas nada foi apreendido. A direção do presídio vai providenciar instalação de tela de proteção no pátio interno para evitar a presença de pombas no local. Segundo a secretaria, estão sendo feitas pesquisas de preço junto a empresas especializadas para a instalação.
Fonte: O Globo