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Capivaras que vivem próximo à USP precisam de cuidados veterinários

29 de setembro de 2010
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O córrego Pirajussara é conhecido pelo mau cheiro por aqueles que frequentam o Campus Butantã da USP. Apesar da insalubridade, há um grupo de capivaras que vive às suas margens, próximo ao portão principal da Universidade. Algumas apresentam ferimentos na pele, possivelmente por causa de algas que enroscam em seu corpo quando estão na água e passam a apertá-las conforme crescem. Elas nadam pelo córrego até chegarem a áreas pavimentadas ou com acúmulo de terra, no trecho próximo à Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), onde podem ser avistadas pela manhã.

Capivaras na área do córrego Pirajussara próxima a USP. Uma delas apresenta um sério ferimento causados por detritos (fotos: Marcela Gonsalves)

De acordo com um funcionário da Guarda Universitária, que observa e acompanha as capivaras há 7 anos, uma delas quase não sai da água por causa da lesão na pele. Sempre que passa por ali, ele recolhe plantas para alimentá-las. O guarda relata que já presenciou diversas tentativas de agressão, como meninos atirando pedras e um homem que se aproximou dos animais com uma lança improvisada em um cabo de vassoura. Preocupado, chegou a ligar para o Greenpeace e há 3 meses entrou em contato com a professora da Faculdade de Veterinária Nivea Lopes de Souza para requisitar ajuda, mas até agora não obteve resposta. Procurada pelo Jornal do Campus, a professora não deu resposta até o fechamento da edição.

Segundo Adriana Cruz, assessora de imprensa da reitoria, a Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp) mantém as capivaras no local, pois, de acordo com os órgãos ambientais, as calhas dos rios são o habitat desses animais nas zonas urbanas. Questionado sobre a situação, um funcionário do Ibama de São Paulo respondeu que o órgão só pode fazer qualquer tipo de intervenção caso os animais estejam em cativeiro. A professora Ana Maria Nusdeo, especialista em direito ambiental da São Francisco, não discorda da posição da universidade e comenta: “se quisessem removê-las para áreas de melhor qualidade ambiental, seria bom, mas não se trata de uma obrigação”.

Enrico Ortolani, vice-diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, declarou que a faculdade não chegou a ser procurada para avaliar a situação, mas deixou claro que “a manipulação desses animais requer muito cuidado e técnicas especiais”.

Fonte: Jornal do Campus

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