Na quarta-feira (17), a reportagem percorreu a ciclovia e avistou um grupo de oito capivaras que utilizaram as rampas para sair da água e acessar o gramado das margens, que está entre os principais alimentos desses grandes roedores. Segundo a Capa, 120 indivíduos são monitorados nessa região.
Agora, as capivaras e outras espécies de animais silvestres enfrentam o perigo do trânsito intenso nas marginais. Com as rampas de acesso, os bichos chegam a invadir as rodovias pela falta de muros de proteção em alguns trechos, o que pode resultar em acidentes graves.
Em nota, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), vinculada à Prefeitura de São Paulo, disse que instalou sinalização de advertência sobre a presença de capivaras nas marginais, além de defensas metálicas e barreiras de concreto para evitar que veículos sejam projetados para as margens dos rios. A autarquia afirma, porém, que esses dispositivos não visam conter animais silvestres na área do Daee.
Segundo Aidar, 15 capivaras foram atropeladas em 2023 em trecho de dois quilômetros a partir da ciclovia que não possui a proteção chamada de New Jersey (tipo de proteção geralmente feita de concreto, com resistência a choques de veículos). Neste ano, já foram 11 os acidentes com os roedores no mesmo lugar. A ativista reforça que os animais na pista representam risco também para os condutores.
De acordo com monitoramento da ONG, cerca de 60 espécies, entre mamíferos, aves e répteis, ainda resistem e habitam o rio Pinheiros. Entres os bichos estão ratões-do-banhado, cobras, lagartos, tartarugas e cágados.
“As pessoas precisam aprender a respeitar os animais, porque vai ser cada vez mais comum a gente ver os animais vivendo em meio à sociedade [em razão da expansão de áreas urbanas]”, enfatiza Aidar.
“Somos nós que estamos invadindo o habitat deles. Só gostaria que as pessoas fossem mais sensíveis e os respeitassem”, completa.
Fonte: Folha de S. Paulo