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JUSTIÇA

Capitão Paul Watson é libertado na Groenlândia depois de 149 dias

Após quase cinco meses de prisão, a justiça dinamarquesa recusou o pedido de extradição feito pelo Japão

17 de dezembro de 2024
Júlia Zanluchi
4 min. de leitura
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Paul Watson ainda na prisão em novembro. Foto: Inesa Matuliauskaite/The Observer

O Capitão Paul Watson, famoso ativista anti-caça às baleias, foi libertado da detenção na capital da Groenlândia, Nuuk, segundo a polícia do território autônomo. A decisão foi tomada após a Dinamarca rejeitar um pedido do Japão para extraditar Watson, de 74 anos.

“Paul está livre!!!”, anunciou a Sea Shepherd França nas redes sociais, depois do ativista passar 149 dias detido.

A Fundação Capitão Paul Watson compartilhou um vídeo em suas redes sociais com algumas palavras de Watson após ser libertado. “Depois de cinco meses, é bom estar livre e… bom saber que não vão me enviar para o Japão, então poderei estar em casa para o Natal”, declarou o ativista. “A parte mais difícil foi que meus dois filhinhos… não os vejo desde junho.”

O capitão foi detido quando seu navio atracou na Groenlândia, território autônomo dinamarquês, em julho deste ano.

O Japão havia emitido um mandado internacional de prisão contra Watson, quando parou um navio baleeiro japonês no Oceano Antártico em 2010, para impedir que baleias fossem assassinadas.

Watson negou as acusações. Seus advogados alegaram que o sistema judiciário japonês não seria confiável para garantir um julgamento justo ao ativista e que a Dinamarca deveria recusar o pedido de extradição.

Apoiadores de Watson e ativistas lançaram uma campanha por sua libertação, contando com o apoio de políticos e celebridades, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, Brigitte Bardot e o ator irlandês Pierce Brosnan. Famosos brasileiros, como Xuxa, Angélica e Fábio Porchat, também se manifestaram.

“Estamos felizes e aliviados que Paul Watson esteja agora livre”, disse o advogado Jonas Christoffersen. “Imagino que ele terá um almoço ou café da manhã como um homem livre e depois encontrará uma forma de voltar para casa.”

Christoffersen afirmou ainda que a decisão é definitiva.

O Ministério da Justiça da Dinamarca declarou em um comunicado que não havia recebido garantias adequadas das autoridades japonesas de que o tempo que Watson já cumpriu em detenção seria descontado de qualquer pena que ele viesse a receber no Japão.

Ativistas pelos direitos animais enfrentam uma combinação de perseguições legais, sociais e até mesmo físicas devido à sua luta para proteger os animais e denunciar abusos. Por desafiar indústrias multibilionárias, como as de alimentos de origem animal, moda, entretenimento e pesquisa científica, eles frequentemente se tornam alvos de retaliação de empresas, governos e até setores da sociedade.

Apesar da perseguição, os ativistas pelos direitos animais continuam a crescer em número e impacto. Redes globais de apoio, campanhas nas redes sociais e alianças com outras causas (ambientais, saúde pública e direitos humanos) têm fortalecido o movimento.

A luta pelos direitos animais é desafiadora, mas tem conquistado avanços importantes graças à dedicação de ativistas que enfrentam a oposição com coragem e determinação, assim como o Capitão Paul Watson.

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