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ASFIXIA

Cãozinho morre em viagem de ônibus entre Amazonas e Roraima

16 de julho de 2021
Beatriz Paoletti | Redação
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução/Instagram/bastiao.frenchie

Um cão da raça bulldog francês de 1 ano e dois meses de idade morreu durante uma viagem de ônibus entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR) e de acordo com a tutora do cão, a servidora pública Eliana Barbosa, de 35 anos, “Bastião” viajou em um espaço não apropriado e diferente do prometido pela Caburaí Transportes, a empresa responsável pelo trajeto.

A tutora Eliana Barbosa acredita que o cachorro morreu de asfixia no ônibus por razão ao espaço fornecido que não era climatizado . Ela estava de viagem a Boa Vista para visitar a mãe, que mora em Roraima, com o filho de 11 anos e o animal doméstico quando o caso aconteceu.

Segundo Eliana, “Bastião”, cão adotado em 2020, era broncocefálico (nariz achatado) então não podia viajar em locais quentes ou abafados. Quando ela comprou a passagem, descreveram o local que o cachorro ficaria como um “espaço pet” climatizado, mas não foi o que aconteceu.

Eliana também relatou que a empresa pediu documentos sobre a saúde do animal e um atestado veterinário para certificar a capacidade dele fazer a viagem, porém, na rodoviária de Manaus na hora da compra das passagens os papeis não foram requisitados.

“A casinha era muito menor e muito apertada. No momento em que levaram ele ao ônibus, eu acompanhei. Quando abriram o compartimento, logo vi que aquele local não era climatizado. Estava quente e ele não ia conseguir viajar em um local assim. O motorista me disse que tinha um botão, que quando eles fechassem a porta, o climatizador seria ligado e que ele ia ficar bem. Eles garantiram isso”, disse a servidora pública.

Quando Eliana e o filho chegaram em Boa Vista encontraram Bastião morto no compartimento. Ela ainda adicionou que a empresa alegou, para justificar o ocorrido, que o animal tinha problemas de saúde prévios a viagem.

“Vai ser um grande vazio quando voltarmos para casa. Para mim, ele era como se fosse da família. [Bastião] era do meu filho. Eu tinha dado a responsabilidade para ele de cuidar desse cachorro mesmo com 11 anos e ele amava demais. Ele dizia que era o pai. Foi uma perda muito dolorida” conta Eliana.

Um boletim de ocorrência foi registrado sobre o caso no último domingo (11). Além disso, segundo o advogado Wagner Pinheiro Costa, que representa Eliana no caso, foi instaurada uma ação de indenização por danos morais e materiais contra a empresa na Justiça. Para ele, existem provas que o animal podia viajar, e que, portanto, o erro foi da empresa.

“Nesse caso, não havia risco. Era um animal saudável em ambiente precário, sem climatização, onde o animal provavelmente morreu por asfixia. Não adianta alegar agora que o animal não tinha condições de viajar, tendo em vista que era responsabilidade da empresa analisar os exames que foram feitos e decidir se poderia ou não haver o embarque”, falou.

Segundo a G1 RR, a empresa chegou a ser procurada mas não quis se manifestar sobre o ocorrido, apenas dizendo que está “tomando todas as medidas cabíveis e legais para o momento”.

Viagens com animais: planejamento prévio

De acordo com o médico veterinário Felipe Duarte, viagens com animais domésticos requerem um preparo preventivo para certificar que em termos de saúde os animais estão aptos a viajar. Ainda segundo ele, nenhum tipo de sedativo pode ser dado sem a aprovação do veterinário responsável.

Quanto ao planejamento de segurança, este deve incluir análise clínica e avaliação das vacinas, como da raiva, além de orientações médica veterinárias sobre o local que o animal deve viajar no avião e ônibus, ou na cabine, ou no compartimento de bagagens.

“A partir desse primeiro atendimento, o médico veterinário irá designar se seu animal tem a permissão para sair do estado ou não. A liberação ocorre através da concessão de um atestado sanitário para o trânsito de animais”, explica o veterinário.

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