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TRAGÉDIA

Cãozinho morre eletrocutado ao encostar em fio caído durante temporal em São Paulo

A Enel demorou cerca de 30 horas para para desligar a corrente elétrica do cabo para que o corpo do cachorro, chamado Bartho, pudesse ser retirado do local

14 de outubro de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: Arquivo Pessoal

No sábado (12/10), um cãozinho de 10 anos de idade morreu eletrocutado em São Paulo, depois de encostar em um fio de média tensão que caiu durante as chuvas que atingiram a cidade na sexta-feira (11/10). Os tutores só conseguiram resgatar o corpo mais de 30 horas após o incidente, quando o fio finalmente foi desenergizado pela Enel.

Marina Guedes Corrêa e Rafael Kahane saíram de casa por volta das 7h30 da manhã de sábado para passear com seus cães Bartho e Jujuba. Quando passavam na rua Diogo de Quadros, no bairro Santo Amaro, zona sul da capital paulista, Bartho encostou no fio e morreu na hora.

O sofrimento da família não acabou por aí. A Enel, distribuidora de energia de São Paulo, demorou mais de 30 horas para desligar a corrente elétrica do cabo, impossibilitando a retirada do corpo de Bartho do local.

“Vocês não têm ideia da dor e do desespero de ver seu cachorro, que vocês cuidaram e amaram desde o primeiro dia, ir embora na sua frente desta forma e não poder fazer nada. Tivemos que conter o nosso instinto de não colocar as mãos para tentar salvá-lo, por diversas vezes, tive que segurar firme na mão da minha esposa para que a gente fosse forte e ficasse ali parado ao lado dele”, escreveu Rafael quando compartilhou o caso no LinkedIn, após quase 24 horas da morte de Bartho, na esperança de chamar atenção da Enel.

Antes de entrar em contato com a distribuidora de energia, o casal conversou com a polícia e o Corpo de Bombeiros, foram informados de que seria necessária a presença de uma equipe da Enel para que o corpo de Bartho pudesse ser resgatado com segurança.

Rafael contou que, junto de sua esposa e vizinhos, abriu vários chamados para a Enel, mas foi ignorado. “Tinha um cabo partido em que uma criança, um outro cachorro poderiam encostar. Havia um risco à vida ali. Mas o tempo foi passando e nada”, ressaltou.

Foto: Arquivo Pessoal

Inicialmente, o casal não queria levar o caso a público, mas diante do descaso da Enel, foi necessário. Não queria tornar isso público, mas fui obrigado para conseguir resolver o meu caso. Agora, vamos dar um enterro digno para o Bartho. A sensação que temos nesse momento é uma mistura de alívio, por termos retirado o corpo, com raiva e tristeza”, explicou Rafael.

Rafael reforçou ainda a falta de segurança por parte de Enel. “Até aqui já há culpa da Enel Brasil, pela falha de segurança, pois um cabo de alta tensão, quando se parte, deveria ter uma trava que cortasse a energia automaticamente, e da Prefeitura de São Paulo pela falha na fiscalização”, disse.

Em entrevista ao G1, o casal afirmou que decidiu cremar o corpinho de Bartho e fazer uma cerimônia que honre a sua história.

Nota da Redação: a ANDA se solidariza profundamente com a dor de Marina Guedes Corrêa e Rafael Kahane pela trágica perda do seu amado cãozinho Bartho. Compartilhamos o luto e sentimos imensamente que a família tenham passado por um momento tão difícil, somado ao desrespeito da Enel com a situação.

A tristeza de perder um companheiro tão querido e fiel, especialmente em circunstâncias tão dolorosas, é inimaginável. Esperamos que a força e o amor que sempre uniram a família possam ajudá-los a superar este momento difícil. Desejamos que a memória de Bartho permaneça viva em seus corações e que ele descanse em paz.

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