Animais constroem genuínos sentimentos com seus tutores e sofrem a dor do luto quando eles partem, como o caso do cãozinho Joe, que segundo a Hull Animal Welfare Trust, o cachorrinho recém-chegado na instituição está em luto e sofrendo à perda de seu tutor.
Segundo uma postagem no Facebook da Hull Animal, Joe, o cãozinho que tem cerca de 10 ou 11 anos, “está tão chateado que não quer comer e nem sair para uma caminhada. Ele fica o dia todo acariciando um suéter pertencente ao seu antigo tutor”.
A organização sem fins lucrativos totalmente financiada por doações públicas está procurando um novo lar para que Joe, o adorável cãozinho rajado, possa reconstruir sua vida e se animar novamente.
“Procuramos um novo lar para que ele saia do ambiente de canil. Ele é um cão adequado para viver em casa com crianças mais velhas, no entanto, terá de ser o único cão da casa, não podendo ser colocado com gatos ou outros peludos”, informa a ONG.
Luto animal
A terapeuta canina Daniele Graziani, em entrevista para o Correio Braziliense, relata que uivos, latidos e comportamento de apatia são algumas demonstrações pelos quais os animais manifestam o luto. Em alguns casos, a tristeza pela separação resulta em depressão.
Segundo a terapeuta, “Alguns parecem demonstrar maior percepção da morte. Há relatos de cães que se colocam próximos ao corpo, que invadem velórios, cemitérios e se recusam afastar dos seus afetos [como no caso o suéter]”.
O especialista em comportamento de cães, Renato Buani, explica para o Correio Braziliense que o mais comum é que o animal apresente um sentimento de espera após morte de seu tutor. “Na maioria das vezes, eles não entendem que o tutor se foi para sempre”, afirma.
Buani também conta que os animais em luto não ficam só esperando pela pessoa, mas também por aqueles momentos rotineiros que faziam com a presença dos tutores: “se era passeio ou brincadeira, todo dia, no mesmo horário, o cachorro vai aguardar por aquele momento”.
Para ajudar o animal a passar pelo processo de luto, sobretudo nos casos em que o animal vivia somente com o falecido, é preciso ter paciência e levá-lo para um lar com a mesma energia. “Se a família anterior era muito agitada, uma casa com pessoas agitadas é a melhor combinação”, relata o especialista.