O buldogue inglês Boycie ficou cego após o atendimento negligente de uma veterinária. O cãozinho deu entrada na clínica para operar uma condição conhecida como “olho de cereja”, quando ocorre a protrusão da glândula da terceira pálpebra, responsável pela produção de lágrimas. Após o procedimento, ele precisava de cuidados intensivos e muita higienização nos olhos, mas foi deixado sem observação por três dias e perdeu a visão.
A veterinária responsável foi processada pelos tutores do animal. O tribunal que analisou o caso considerou a conduta da profissional extremamente “imprudente” e “irresponsável”. Ela tentou alegar que estava cuidando de outros pacientes em estado emergencial e que o cão estava sob efeito de anestésicos e antibióticos. A negligência da veterinária ocasionou danos cerebrais e cegueira definitiva no buldogue.
Foi abera uma sindicância que constatou casos passados de maus-tratos, como uma labradora, chamada Cleo, que morreu após uma cirurgia de castração. A veterinária deu alta antes do tempo previsto sem a colocação de curativos da forma correta. A profissional também é alvo de denúncias por não informar aos pacientes os riscos dos procedimentos cirurgicos e de anestésicos, o que já causou sequelas em animais atendidos por ela.
“Deixar um cão assim sem monitoramento constante enquanto se recupera da anestesia é totalmente inaceitável e, de fato, foi a causa do dano cerebral a Boycie”, diz parte da sentença. Um perito contratado pelos tutores do animal afirma que há indícios que o cão teve falta de oxigenação e que teve sorte de ter sobrevivido, por ser um cão de raça braquicefálica. A veterinária foi acusada de violar principios básicos da profissão.
Agora, o tribunal decidirá se a profissional, além de indenizar os tutores do buldogue, também perderá definitivamente a licença para exercer medicina.