Durante 11 anos, Toby esperou seu tutor chegar em casa do trabalho. Todos os dias ao chegar em casa Roman olhava para a janela e lá estava seu fiel companheiro, não importava se fizesse chuva ou fizesse sol, o cãozinho sempre estava na janela à espera do seu guardião.
Os dois se conheceram quando Roman estava namorando a tutora de Toby. Inicialmente, os dois não se deram bem e os primeiros meses foram realmente difíceis. Com o passar do tempo, o estranhamento foi substituído por uma amizade incomparável, onde o homem ia, o cachorro ia atrás.
O companheirismo entre os dois se tornou tão forte que quando Roman se separou da então namorada, a guarda do cão ficou com ele. “Quando terminamos nosso relacionamento, decidimos que ela ficaria com o apartamento e eu com cachorro”, conta o tutor.
Roman trabalhava como optometrista, profissional que cuida da saúde dos olhos, e passava toda a tarde no trabalho. “Parecia que Toby tinha um sexto sentido, porque toda vez que eu chegava perto do portão ele estava na janela me esperando. Enquanto eu procurava minhas chaves, ouvia ele do lado de dentro choramingando a minha falta. Ele queria sair, ir passear. Era uma festa, às vezes ele até me derrubava de tanta emoção e excitação, nós nos amávamos demais”, lembra carinhosamente Roman.
Nos últimos anos, Toby vinha enfrentando problemas de saúde devido a sua idade avançada. O outrora agitado e alegre cão já não tinha a energia de sempre e às vezes chegava atrasado em seu posto em frente à janela. “Os últimos três dias foram os mais difíceis de todos. Nunca tive que tomar uma decisão tão dolorosa na minha vida, mas senti que aquele era o momento. Todos nós nos despedimos dele e então o levei para o veterinário. Já fazem quatro meses que tudo passou e aquele momento ainda me perturba”, diz Roman sobre a morte induzida de Toby.
“Quando ele morreu, eu carreguei seu frágil corpo por um longo corredor onde haviam outros cães e seus tutores. Enquanto eu passava as pessoas puxavam seus cachorros para perto de si e abaixavam a cabeça. Aquilo me marcou”, recorda. “O adeus é inevitável, todos vamos morrer, mas nós jamais estaremos prontos de verdade para quando isso acontecer. Me lembro de cavar um buraco em meio a floresta escura, como era inverno, a terra estava tão dura. Na hora que terminei, me abaixei e coloquei cuidadosamente a caixa com o corpo do Toby ali. Naquele instante me agarrei àquela caixa como se a minha vida dependesse daquilo, me recusando em soltá-la, mas no fundo eu sabia que era preciso soltar e deixá-lo ir”, relata Roman.
Para superar a morte do cãozinho, o tutor decidiu compartilhar a história em uma tentativa de amenizar sua dor e apoiar guardiões que perderam seus companheiros animais recentemente. Apesar de toda a situação, Roman conta que tem planos em adotar um novo amigo. “O Toby é e sempre será insubstituível, mas quero ajudar um cãozinho a ter uma vida incrível, como acredito que foi a do Toby”, finaliza.