Em Saquarema, uma cidade conhecida por suas belezas naturais e tradições culturais, um cãozinho em situação de rua chamado Guardião deixou um legado de amor e gratidão que permanece vivo na memória de seus moradores. Guardião, que faleceu em 2 de agosto de 2015, era mais do que um cachorro sem lar; ele era um símbolo de afeto e companheirismo, que tocava a vida de todos que cruzavam seu caminho.

Famoso por suas visitas às missas na Igreja de Nossa Senhora de Nazareth, Guardião conquistou a admiração da comunidade. Ele tinha o hábito de deitar-se no altar durante as cerimônias, passear pelos comércios locais e até acompanhar velórios e sepultamentos, demonstrando uma sensibilidade incomum. Após suas andanças, sempre retornava ao seu território próximo à igreja, onde era acolhido e alimentado por muitos que o viam como um verdadeiro amigo.

Apesar de ser amado pela maioria, Guardião também enfrentou a crueldade humana. Ele foi vítima de várias tentativas de envenenamento, um ato que contrastava com o amor incondicional que ele oferecia a todos. Mesmo diante da ignorância e da maldade, Guardião manteve sua doçura e resiliência, tornando-se um exemplo de como o amor pode superar a adversidade.

Sua partida, em 2015, foi marcada pela tristeza de muitos. Guardião faleceu devido a complicações de cinomose, uma doença que poderia ter sido evitada com cuidados veterinários adequados. Sua morte deixou um vazio na comunidade, mas também um legado de amor e gratidão que permanece vivo até hoje.

Um túmulo esquecido, uma memória que merece ser honrada

Atualmente, o túmulo de Guardião passa despercebido pela maioria das pessoas que sobem a escadaria da Igreja de Nossa Senhora de Nazareth. Localizado ao lado direito da alameda, próximo ao letreiro que marca o nome da cidade para fotos de turistas, o local está em estado de abandono. A lápide, já desgastada pelo tempo, está parcialmente quebrada e sem nenhuma proteção, um cenário que contrasta com o impacto que Guardião teve na vida de tantas pessoas.

É urgente que a população e as autoridades de Saquarema olhem com mais carinho para a memória de Guardião. Seu túmulo merece ser restaurado e preservado, não apenas como uma homenagem a um cãozinho que tanto amou e foi amado, mas também como um símbolo de respeito e compaixão pelos animais que compartilham nossas vidas e nossas cidades.

Um apelo à comunidade

Guardião foi um exemplo de amor incondicional e resiliência. Sua história nos lembra da importância de tratar todos os seres vivos com respeito e compaixão. Que sua memória inspire ações concretas para proteger e cuidar dos animais em situação de rua, garantindo que eles tenham uma vida digna e segura.

Que Saquarema honre Guardião, não apenas com palavras, mas com ações que preservem seu legado e garantam que sua história nunca seja esquecida. Afinal, Guardião não era apenas um cãozinho de rua; ele era um guardião de amor, um símbolo de afeto e um exemplo de como pequenos gestos podem transformar vidas.