Por Julia Troncoso (da Redação)
Uma protetora de animais afirma que a companhia aérea americana United Airlines quase matou um dos cães que tutela e tentou intimidá-la para que permanecesse em silêncio. As informações são do New York Daily News.
Quando Janet Sinclair decidiu se mudar, em julho, de San Diego (no estado norte americano da Califórnia) para Boston (capital de Massachusetts, também nos EUA) ela optou pelo programa Pet Safe1, da companhia aérea United Airlines, que promete que um treinador pessoal vai garantir que seus animais nunca “sejam expostos a temperaturas maiores que 30°C, por mais de 45min”.
Mas Janet afirma que, quando chegou a Boston, sua greyhound, Sedona, estava perto de morrer.
“Toda a jaula de Sedona estava cheia de sangue, fezes e urina”, Janet disse para a NBC. “Sedona estava tendo uma insolação. Todos os seus cobertores estavam cobertos de sangue. Ela estava urinando e defecando sangue. Ela estava morrendo, literalmente, bem na minha frente”.
Sinclair tinha pagado a mais para que, numa escala realizada em Houston (cidade norte americana localizada no estado do Texas), os animais dessem um tempo do avião fazendo um passeio em um veículo com ar condicionado.
Ao invés disso, quando ela olhou pela janela do avião, no Aeroporto Internacional George Bush, ela viu o pretenso “treinador pessoal” de Sedona, chutando a jaula da cachorra.
O relatado foi que o funcionário jogou a cachorra e o outro animal de estimação de Janet – uma gata chamada Alika – debaixo da asa do avião. A temperatura em Houston naquele dia estava acima de 34°C.
Pode esquecer o confortável passeio de carro com ar-condicionado.
“E a mulher que estava na minha frente disse, ‘esse é o seu cachorro?’”, relata Janet “Aí ela disse, ‘Querida, eu espero que você esteja filmando isso’ e esse foi o começo do pior dia da minha vida”.
Janet começou a filmar o incidente no celular, vídeo que mais tarde ela usou como arma na sua luta contra United Airlines.
Sedona e Alika sobreviveram ao calor extremo, mas a cachorra teve que passar três dias na UTI de um hospital. Custou cerca de R$ 6.250.
Sinclair afirma que seus dois animais tinham sido liberados para viagem por um veterinário de San Diego. O veterinário que tratou Sedona descobriu que a cachorra teve uma insolação, infecção do trato urinário e problemas de fígado. Ele afirma que o sofrimento pelo qual o animal passou foi uma consequência do maltrato que sofreu durante o voo da United Airlines.
“Nós não temos nenhuma razão para acreditar que esses problemas médicos ocorreram por causa de alguma doença oculta, e nós acreditamos que esses problemas foram secundários a um superaquecimento que ela sofreu durante o voo da United Airlines”, afirma o relatório.
Contudo a investigação da United Airlines sobre o incidente conclui que Sedona tem uma condição médica pré-existente. Mesmo assim, a companhia aérea concordou em pagar a conta, mas apenas se Sinclair assinasse um acordo que a impediria de divulgar as ações da companhia e prometesse não falar com a imprensa.
Manter o silêncio não era uma opção para essa protetora.
Janet decidiu tornar seu apelo público. Ela começou uma campanha no facebook, nessa página outros protetores têm compartilhado os tormentos que seus próprios animais passaram em aviões.
Em declaração, a United Airlines afirma que eles não pagaram porque Sinclair infelizmente “recusou os termos do acordo”.
“Nós somos comprometidos em assegurar uma viagem confortável e segura para todos os animais de estimação que voam conosco e lamentamos que Sedona não tenha tido uma boa experiência”, dizia a declaração.
Mas não é a primeira vez que uma companhia aérea foi acusada de maltratar os animais que transporta.
A NBC descobriu que no último ano mais de 300 animais de estimação foram mortos, machucados ou perdidos enquanto viajavam em aviões.
O Departamento de Transportes americano exige que companhias aéreas declarem qualquer animal doméstico morto, machucado ou perdido. A United Airlines ainda não declarou para o Departamento de Transportes o caso de Sedona.
Janet acredita que Sedona recebeu um tratamento pior do que o de bagagem.
“Eu ainda quero ser reembolsada”, afirma Janet. “Mas eu não vou me calar”.
Abaixo o vídeo com imagens gravadas pela tutora.