Um caso que expõe a urgência de políticas públicas para proteção animal aconteceu recentemente em Los Angeles (EUA), onde um cão surdo e idoso chamado Henry foi esquecido em um abrigo no meio de uma evacuação durante incêndios florestais. O abrigo recebeu um aviso com apenas 30 minutos para retirar cerca de 60 cães devido à rápida propagação do fogo em áreas rurais e suburbanas. No meio do caos, os voluntários conseguiram evacuar a maioria dos animais, mas Henry permaneceu em sua baia, alheio ao perigo, pois não ouvia latidos, gritos ou sirenes e apenas dormia.
Ao perceber que o falhou na retirada de um dos cães, a equipe alertou as autoridades locais, que retornaram ao abrigo já isolado por segurança. Na manhã seguinte, os socorristas encontraram Henry ainda vivo, mas em situação crítica por conta da inalação de fumaça e do tempo sozinho. Ele foi levado a uma clínica, recebeu tratamento intensivo e sobreviveu.
Um casal se ofereceu como lar temporário, acolhendo Henry enquanto ele se recuperava de uma infecção causada por Giardia. Com cuidados veterinários e afeto, o cão respondeu bem e começou a demonstrar sinais de recuperação, como abanar o rabo e buscar carinho. Já em seu novo ambiente, Henry vive cercado de paz, amor e tranquilidade, mostrando gratidão mesmo sendo surdo e idoso.
A história revela duas faces da proteção animal: por um lado, o risco extremo que seres vulneráveis enfrentam em emergências; por outro, a importância dos lares temporários, da mobilização voluntária e do cuidado ético que garante a sobrevivência de animais excluídos. Casos como o de Henry reforçam que os animais são indivíduos sencientes, com necessidades emocionais e físicas, e que a simples presença em abrigos não é garantia de segurança.
É urgente que governos municipais, estaduais e federais criem políticas que integrem planos de evacuação, abrigo emergencial, apoio logístico e financiamento para organizações que atuam na linha de frente de resgates. Cuidar de animais em situações de risco não é um favor, é um dever moral que a sociedade precisa assumir com seriedade e ação estruturada.
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