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MALDADE HUMANA

Cão socorrido com ferimentos graves na cabeça em Luís Antônio (SP) já tinha sido vítima de maus-tratos na vizinhança, diz tutora

22 de março de 2023
3 min. de leitura
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Foto: Jose Augusto Junior/EPTV

Tutora de um cachorro gravemente ferido em Luís Antônio (SP), Elizângela Zancheta ainda está revoltada com o que aconteceu. Segundo ela, não é a primeira vez que o cão, sem raça definida e que atende pelo nome de Negão, é agredido por terceiros no bairro Jatahy.

“O perigo está bem próximo da gente”, lamenta Elizângela.

Na primeira vez, ela ainda não era a responsável pelo animal, até então vivendo em outra residência da vizinhança, sob os cuidados de um homem, que, segundo ela, o agredia e o deixava na rua. Depois disso, o morador decidiu ceder o cão para adoção e, desde então, Elizângela cuida do cachorro.

“Ele escolheu a gente. (…) E eu fiquei com o Negão. Foi de bom gosto e sempre ele dá muita alegria pra gente.”

Ela não contava, no entanto, que o trauma dos maus-tratos mais uma vez causaria sofrimento ao animal, dessa vez na última segunda-feira (20), no mesmo bairro, mas de forma ainda mais cruel. O animal voltou para casa com ferimentos profundos na região do crânio, o que, segundo as autoridades policiais, indicam que ele levou consecutivas pancadas.

O suspeito é o ajudante de serviços Edielson dos Santos Silva, de 37 anos, que chegou a ser preso em flagrante e já foi indiciado, mas conseguiu o direito de responder em liberdade por ser réu primário. A defesa dele nega as agressões.

A Polícia Civil pretende concluir o inquérito nos próximos dias. A pena para o crime de maus-tratos contra animais pode chegar a cinco anos de prisão e multa de até 40 salários mínimos. Denúncias podem ser feitas à Polícia Militar por meio do 190.

Horas de sofrimento

A tutora conta que, na segunda-feira, tinha ido com o marido ao médico pela manhã e, quando voltou, à tarde, soube por terceiros que o cachorro estava ferido, com cortes profundos, principalmente na região da cabeça.

Ele foi socorrido pelo departamento da causa animal da cidade, que acionou a Polícia Militar.

“Fiquei muito chocada. As pessoas que conhecem lá, nossa vizinhança, que amam o Negão, ficaram muito chocadas com o que tinha acontecido”, conta Elizângela.

De acordo com o registro do boletim de ocorrência, vizinhos chegaram a suspeitar que o animal tivesse se envolvido na briga com outro cão, mas ouviram gritos em uma casa do bairro durante a manhã, local, que mais tarde, foi apontado como casa do suspeito, com a ajuda de protetoras dos animais da cidade.

Testemunhas disseram que as agressões teriam ocorrido porque o cachorro havia entrado no quintal dele. “Ele disse que sim, que realmente bateu no cachorro”, afirma Izabella Ferreira, chefe da causa animal.

Aliviada pelo fato de o animal ter sobrevivido, mas revoltada, Elizângela pede justiça.

“Quantos mais precisam acontecer, quantas vítimas pra poder… Mas o Negão foi o começo de tudo, eu sei que, daqui pra frente, a lei vai valer. Eu tenho certeza disso, quem ama os animais sabe disso”, diz a tutora.

À espera de exames

Negão foi socorrido com diversos ferimentos, incluindo hematomas e um corte profundo na cabeça, que preocupa os veterinários.

A equipe que atendeu o Negão confirma que o cão melhorou, mas ainda aguarda exames para saber a gravidade dos machucados no crânio do cachorro, que teria sido jogado no chão diversas vezes.

Há possibilidade de que o cão tenha sequelas.

“Não estava nem levantando, com o olho bem inchado, cabeça bem inchada e agora com os medicamentos graças a Deus já melhorou bastante. A única preocupação é um corte profundo na cabeça que a gente está esperando o laudo do raio-X pra ver, parece que pegou o crânio”, afirma o veterinário Alexander Sanches.

Fonte: G1

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