O aposentado Afonso Fritsch, 52 anos, chega a ficar emocionado ao acompanhar a recuperação do pequeno Baldo, um dos oito cachorros que mantém na pequena propriedade rural, em Corupá (SC). No dia 20 deste mês, Baldo, que não tem raça definida, foi encontrado com sinais de espancamento e com um corte profundo na cabeça.
Ferido
Afonso mora com a esposa Vitória Fritsch, 60 anos, no bairro Rio Novo, interior de Corupá. Aposentados, dedicam seu tempo aos oito cães. No dia 19, um deles desapareceu do terreno. No outro dia, Afonso encontrou o cachorro agonizando na beira da estrada, cerca de 300 metros de sua residência.
“Levei um susto muito grande. Ele estava em estado de choque, muito machucado”, lembra.
Como era um fim de semana, Afonso e a esposa percorreram clínicas pela região, mas não conseguiram encontrar atendimento médico para o animal. Baldo ficou recebendo cuidados dos tutores até a segunda-feira, quando foi atendido com urgência pelos veterinários Camila Cordeiro e Thiago Ferreira.
O cachorro apresentava choque séptico, devido à infecção, e estado de semi-coma. Devido ao grau de contaminação, provavelmente provocado pelo objeto que cortou a cabeça, o animal teve que ter o olho direito retirado. Thiago acredita que uma faca deve ter causado os ferimentos devido ao corte retilíneo. Baldo chegou a ter uma parada cardíaca durante a cirurgia. Dois drenos foram colocados em sua cabeça para a limpeza da ferida, tamanha a profundidade.
“Ele não recebeu só a facada, também foi espancado, pois apresentava muitos hematomas pela face. É uma vitória muito grande a sua recuperação e uma gratificação termos salvo sua vida”, comemora o veterinário.
Tiago ressalta que nunca em sua vida profissional havia presenciado um caso tão cruel contra animais. “Já vi muita coisa, mas desse jeito é a primeira vez. Ele sofreu muito e foi muito forte. Agora só o tempo dirá se ficará com mais sequelas”, pondera.
Depois de cinco dias de internação, Baldo teve alta e recebe os cuidados dos tutores, orientados pela clínica. Mais forte, consegue comer sozinho, mas ainda não tem forças para caminhar. Ele tem cinco anos e foi doado ainda filhote pelo neto de Afonso.
Agressor é procurado
A Polícia Civil de Corupá abriu um Termo Circunstanciado para apurar o autor das agressões contra o animal. Ele responderá pelo artigo 32 da lei 9.605 – praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. A pena varia de três meses a um ano de detenção e multa.
Fonte: Correio do Povo