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Cão símbolo da luta contra a vivissecção aguarda um lar há quatro anos

25 de dezembro de 2019
2 min. de leitura
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Depois de explorado em experimentos dolorosos, o cão Perninha escapou da morte junto com outros 13 cães que foram todos adotados. Menos ele.

Perninha, que ganhou esse nome porque manca, foi a única cobaia não adotada. Foto ONG Cão Sem Dono

Perninha foi cobaia da Universidade Federal de Viçosa em Minas Gerais (Brasil), em 2015, com apenas um ano de idade. Ele passou dois meses em dolorosos experimentos que incluíam o rompimento dos ligamentos do joelho para provocar nele uma doença chamada orteoartrite, que é crônica e incurável. Perninha era um cão sem teto, jovem e saudável.

Após a tortura a que foi submetido junto com outros 13 cães, teve a liberdade decretada por ação judicial – um fato inédito no Brasil. Nunca antes um juiz havia decretado a soltura de cobaias em pleno processo de experimentação – resultado da pressão popular e da mídia. A ANDA, inclusive, cobriu todo o processo de soltura de cães desde as primeiras manifestações de ativistas.

Perninha era um cão saudável, mas foi induzido a uma doença com a qual terá que conviver pelo resto da vida. Foto Cão Sem Dono

O tratamento para o problema ao qual Perninha foi cruelmente induzido poderia muito bem ser testado em animais que realmente tivessem a doença. Muitos cães morrem porque seus tutores não podem pagar tratamentos, no entanto, volumosas verbas ainda são destinadas para experimentos como esses que adoecem animais saudáveis para curar os doentes – brutal contradição.

Todos os companheiros de “cela” de Perninha e ele próprio tiveram sequelas. Perninha, aliás, recebeu esse nome porque passou a mancar. Ele foi levado para o abrigo da ONG Cão Sem Dono, em SP, junto com outros 6 cães do experimento, mas apesar de muito bonzinho, só ele não foi adotado.

Em 2017 Perninha chegou a ter um lar, mas foi devolvido em 2019 e continua num abrigo. Foto ONG Cão Sem Dono

Em 2017 Perninha finalmente ganhou um lar, mas este ano o devolveram para a ONG alegando problemas financeiros e de saúde. Agora Perninha está de novo no abrigo com um olhar mais triste . Ele, que é um símbolo da luta contra a vivissecção – uma das piores formas de escravidão, com sofrimento físico e emocional – continua à deriva, sem lar.  Manca, mas é independente e aceita bem a medicação que precisa tomar pelo resto da vida como os demais cães que passaram por esse experimento.

Para adotá-lo entre em contato pelo facebook da ONG ou escreva para [email protected]

Fátima ChuEcco é jornalista ambientalista e atuante na causa animal

 

 

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