Um cachorro resgatado após ser forçado pelo ex-tutor a cheirar cocaína foi chamado de “feio” por uma mulher que desejava adotar um animal em Santos, no litoral de São Paulo. Ao g1, o Instituto Viva Bicho, responsável por cuidar do cão atualmente, afirmou, nesta segunda-feira (14), que impediu a pessoa de assumir qualquer animal da instituição.
“Drácula”, como é chamado pela equipe do instituto, foi um dos animais vítimas de maus-tratos por um jovem de Cubatão (SP), que chegou a ser preso mas ganhou liberdade provisória. Apesar de não aparecer no vídeo que gerou a detenção do ex-tutor, a organização alega que ele também foi forçado a “cheirar” a droga.
No Instituto Viva Bicho há cerca de um ano, o cão passou por um longo processo de readaptação ao convívio social e até uma cirurgia no olho direito, mas nunca foi adotado. Ao receber uma visita que poderia resultar em um novo lar, ele ainda foi ofendido. A mulher, que não teve a identidade divulgada, disse para a equipe que “Drácula” era “feio” e que desejava ver outros cachorros.
“Ficamos muito tristes e revoltados porque passa um filme na nossa cabeça. São como as crianças em abrigos, os loiros e bem pequenos têm a preferência. É a hipocrisia da sociedade em que vivemos. Sinceramente, essas pessoas não são o perfil de nossos adotantes. Precisamos lutar pra que essa postura mude”, desabafa a diretora do instituto, Leila Abreu.
Conheça ‘Drácula’
O animal tem aproximadamente cinco anos de idade e, segundo o Instituto Viva Bicho, é um cão Sem Raça Definida (SDR). “Drácula” é vacinado, castrado e ainda está disponível para adoção.
A instituição acrescenta que, apesar de já estar livre do efeito das drogas que teve contato, o cão foi o único dos animais resgatados que ainda não foi adotado. Os interessados podem entrar em contato com o citado instituto por meio das redes sociais.
O crime aconteceu no bairro Parque São Luís, em Cubatão (SP), em 2021. Na época, os investigadores de polícia localizaram o homem de 29 anos e descobriram que ele mantinha outros animais em situação precária. Ele foi preso em flagrante.
O conteúdo chegou até a polícia quando uma moradora levou à delegacia o vídeo que mostra o suspeito colocando a substância no focinho de um cachorro. O homem ganhou liberdade provisória no mesmo ano (assista abaixo).
Fonte: G1