Causas do óbito de um cachorro, ontem, são investigadas; a tutora teme que o motivo tenha sido intoxicação
A meta do uso das coleiras inseticidas nos cachorros é combater o calazar, afastar o mosquito transmissor da doença. Mas, apesar dos supostos benefícios, veterinários alertam para os riscos de alergia e outros efeitos adversos que podem pôr a vida em risco.
Alguns animais têm apresentado, nos últimos dias, sintomas de intolerância à substância química presente. Há, inclusive, a suspeita de óbito de um cachorro após o uso do tal objeto.
O cão faleceu ontem (5), quatro dias após ter recebido o utensílio que vem sendo distribuído em ações de prevenção da Prefeitura em Fortaleza (CE). Mais de 1.300 suportes foram entregues para a população na semana passada.
Ainda em investigação, o caso chama atenção e serve de alerta para os tutores: queda do pelo ou coceiras devem ser observadas e, de imediato, retirado o suporte para o posterior uso só em caso de melhora do cenário.
A veterinária Maria de Fátima Ferreira já vinha orientando os clientes a ficarem atentos em caso de falta de vigor e perda de apetite. Entretanto, pede que a população não deixe de usar a coleira, só redobre os cuidados.
“A coleira é, sim, muito segura. É um ótimo meio de prevenção. Mas, como qualquer remédio, pode trazer riscos. Não há por que ter pânico e sair tirando todas as coleiras”, afirma.
Suspeita
Flávia (nome fictício), no entanto, não teve tanta sorte: seu cachorro, 12 anos, faleceu ontem. Há suspeitas que o motivo tenha sido a coleira inseticida. Mas, só uma análise clínica e outros exames poderão descartar ou confirmar a suspeita de intoxicação.
“Meu cão era saudável, acompanhado por veterinários regularmente. Após a colocação da coleira, ele começou a sentir dificuldades respiratórias e outros sintomas. Três dias depois, faleceu”, conta, entristecida, a tutor.
Ela afirma querer saber o real motivo da morte. Denuncia ainda que, na embalagem da coleira distribuída durante ação da Prefeitura, havia indicativo de que objeto estaria fora da validade. “O que mais me dá raiva é que ninguém me orientou”, diz.
Com a estilista Tina Teixeira, 30, já foi diferente. Seu cachorro recebeu a tal coleira, apresentou alergias, mas, por rapidez da dona em procurar a ajuda certa, o animal sobreviveu. “Mas, foi horrível demais. O cão tremia muito, ficou bem mole”, detalha.
Esclarecimento
Em nota, a MSD Saúde Animal, fabricante do produto, informa que não há casos registrados de óbitos relacionados ao uso da coleira. Segundo a companhia, é uma das ferramentas mais seguras e eficazes na prevenção da leishmaniose visceral, doença que mata mais de 60 mil pessoas em todo o mundo por ano. Os índices de reações adversas são baixíssimos e desaparecem após a retirada. A MSD ressalta que o referido caso do óbito de um cão ainda precisa ser investigado.
Fonte: Diário do Nordeste
Nota da Redação: O uso da coleira deve seguir as orientações da bula, se o cão apresentar reação alérgica ela deve ser retirada. O animal não pdoe lamber a coleira de forma alguma. É um método com alto índice de eficiência para se prevenir a leishmaniose.