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IRRESPONSABILIDADE

Cão pula da janela de carro em movimento em São Paulo: saiba o que o Detran determina sobre transporte de animais domésticos

16 de novembro de 2025
6 min. de leitura
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Foto: Divulgação

Um vídeo que circula nas redes sociais registrou o momento exato em que um cachorro da raça Dachshund (salsicha) pula pela janela de um carro em movimento na cidade de Quintana, interior de São Paulo. O registro, que chocou internautas, reacendeu o debate sobre a importância do transporte seguro de animais em veículos e os riscos que práticas inadequadas representam tanto para os animais quanto para seus tutores.

O caso que viralizou nas redes sociais

As imagens mostram dois cães sendo transportados no banco da frente de um veículo – um Dachshund e um Golden Retriever – ambos sem qualquer equipamento de contenção. Durante o trajeto, o cão de pequeno porte salta pela janela enquanto o carro ainda está em movimento, causando espanto em quem presenciou a cena.


Segundo relato da tutora, que se pronunciou após a repercussão do vídeo, o animal não sofreu ferimentos graves, o que ela própria classificou como “um milagre”. A mulher reconheceu o erro e afirmou: “Nunca mais vou transportá-los sem segurança”, servindo como alerta para outros tutores.

O episódio expõe uma prática comum, mas extremamente arriscada: levar animais soltos dentro de automóveis, sem os equipamentos de segurança adequados. Este hábito, além de configurar infração de trânsito, coloca em perigo a vida do animal, do condutor e dos demais passageiros.

Por que é perigoso transportar animais soltos no carro

O transporte de animais sem contenção adequada cria riscos múltiplos que muitos tutores desconhecem ou subestimam. Em caso de freada brusca ou colisão, um animal solto torna-se um projétil dentro do veículo. Para se ter ideia, um cão de 15kg, em uma batida a 50km/h, pode ser arremessado com uma força equivalente a 750kg.

A médica-veterinária Vivian Quito alerta que mesmo em trajetos curtos o risco existe: “Mesmo que o tutor ache que está controlando o animal no colo, uma freada brusca é suficiente para causar ferimentos sérios. O ideal é que o animal esteja sempre preso, confortável e em posição segura”.

Outro hábito comum e igualmente perigoso é permitir que o cachorro coloque a cabeça para fora da janela. Esta prática, além de configurar infração de trânsito, pode causar lesões oculares como úlceras de córnea e ressecamento, além de expor o animal ao impacto com detritos ou insetos durante o deslocamento.

O que diz a lei sobre transporte de animais em veículos

Embora o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não possua um artigo exclusivamente dedicado ao transporte de animais, ele prevê punições para condutas que comprometem a segurança no trânsito, incluindo o transporte inadequado de animais.

O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) esclarece que animais devem ser transportados em caixas apropriadas, cadeirinhas específicas ou presos com peitoral acoplado ao cinto de segurança, dependendo do porte do animal.

As principais infrações relacionadas ao transporte inadequado de animais são:

  • Dirigir com animal no colo ou entre as pernas: infração média, multa de R$ 130,16 e 4 pontos na CNH (Art. 252, II do CTB);
  • Animal com a cabeça para fora da janela ou na parte externa: infração grave, multa de R$ 195,23 e 5 pontos (Art. 235 do CTB);
  • Dirigir sem atenção ou sem cuidados indispensáveis à segurança: infração leve, multa de R$ 88,38 e 3 pontos (Art. 169 do CTB).

Estas regras são válidas para qualquer deslocamento, independentemente da distância percorrida, seja em uma viagem longa ou apenas um pequeno trajeto dentro da cidade.

Como transportar seu animal doméstico com segurança

Para garantir que o trajeto com seu animal seja seguro, adote estas medidas essenciais:

  1. Escolha o equipamento correto: para cães pequenos e médios, o ideal são as caixas de transporte ou cadeirinhas específicas. Para animais de grande porte, use cintos especiais ou grades de segurança instaladas entre os bancos dianteiro e traseiro.
  2. Transporte sempre no banco traseiro: evite transportar o animal no banco da frente, onde o acionamento do airbag pode causar ferimentos graves em caso de colisão.
  3. Mantenha o ambiente adequado: cuide da temperatura e ventilação do veículo. Nunca deixe o animal sozinho dentro do carro, especialmente em dias quentes.
  4. Faça paradas regulares: em viagens longas, pare a cada 2 horas para que o animal possa se hidratar, fazer necessidades e esticar as pernas.
  5. Mantenha a identificação: transporte o animal sempre com coleira e plaquinha de identificação. Em caso de fuga ou acidente, esses itens aumentam as chances de reencontro.

Antes de iniciar qualquer viagem, é recomendável levar o cartão de vacinação atualizado do animal, especialmente em trajetos intermunicipais ou interestaduais, onde pode ser solicitado em situações específicas.

O transporte seguro não é apenas uma questão de cumprir a lei, mas principalmente de proteger a vida do seu companheiro de quatro patas e garantir que cada passeio seja uma experiência positiva para todos os envolvidos.

Fonte: Portal do Dog

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