Recentemente, em um parque público na Espanha, uma criança brincava com seu cão chamado Foski, quando balas vindas de trás de um arbusto, onde estava escondido um homem, mataram o cão. Tudo leva a crer que o motivo seja porque os seus tutores são envolvidos com a causa de proteção animal, segundo informou o jornal PrensAnimalista.
A lembrança de Foski – carta de seu tutor
“À noite morreu assassinado meu melhor amigo, meu companheiro de alma, o ser mais adorável do universo, meu Foski, meu cãozinho. Mais nobre e mais ‘humano’ que muitas pessoas que conheci na vida.
Espalhando simpatia pelos quatro cantos da casa, era a alegria da família. Era o primeiro que me recebia ao chegar, o último me desejar boa noite e me dizer, à sua maneira, ‘obrigada por existir’. Se algum dia me sentia mal, ele, de alguma forma, percebia e balançava o rabinho para me animar. Generoso e de energia positiva, amor puro em quatro patas, Foski era, simplesmente, o amor em forma de cão.
Um animalzinho usado para caça e depois abandonado, até sua maturidade somente havia conhecido o maltrato e o abandono, resgatado de uma armadilha, onde quase perdeu uma das patas e sua vida. O encontrei em um canil municipal, deixando-se morrer, sem forças, com apenas um fio de vida, tremendo de frio e com o olhar perdido no canto de uma jaula. Ficou tão agradecido quando o tirei daquele inferno, que acredito, que era feliz somente por respirar o mesmo ar que eu.
Deu muito trabalho e esforço salva-lo, pois tinha leishmaniose, anemia e Ehrlichia, mas com muita vontade de viver, portanto, conseguimos.
Mas, durante a noite, algum ser desumano e desalmado, alguém que nunca deveria ter nascido, escondido atrás de um arbusto ou de uma varanda, o assassinou no parque, enquanto minha filha pequena foi passear com ele, como todos os dias. Não foi um acidente, não, atingiram dois tiros, um na boca e outro que lhe atravessou o coração. Esse coraçãozinho cheio de vida deixou de bater poucos minutos depois.
A pedido meu, o veterinário realizou a necrópsia e diversos exames ecográficos e radiológicos que provam que Foski não morreu de causas naturais, senão por danos produzidos pelas balas que atingiram seu corpo.
O informe veterinário realizado pelo Dr. Juan Calos Olalla de Mingo, de Madrid, determina que a causa do falecimento foi uma hemorragia interna na cavidade torácica (hemotórax) devido à perfuração intercostal-pleural e pericárdica de uma bala de arma de fogo alojada no hemisfério torácico esquerdo com muito sangue e coágulos que provocaram um choque hipovolêmico e o falecimento de forma aguda do animal.
Quero fazer essa denúncia pública, fazer um chamado à consciência das pessoas que elaboram leis e das que as aplicam. Esse assassinato não pode ficar impune, mas, é muito provável, que assim será. Parece que há alguém que se acha superior, com o poder para decidir sobre a vida dos outros seres vivos e, pior, com capacidade para tira-la. Trata-se de matar por prazer!
Se as autoridades competentes não se importam com a vida de um cão, ao menos deveriam preocupar-se em investigar pela segurança dos vizinhos e de seus próprios filhos, porque todos os estudos realizados sobre maus-tratos às pessoas e sobre assassinos, afirmam que todos esses psicopatas começaram maltratando e assassinando animais indefesos, aqueles que não têm voz.
Não podemos evitar que nasçam psicopatas assassinos, mas podemos impedir que cometam crimes e saiam impunes. Temos que exigir leis mais eficientes e severas, leis de proteção animal de acordo com a realidade. Basta de tanto egocentrismo humano, não somos o centro do universo, deixemos de crer que somos superiores e com capacidade para dominar e aniquilar a qualquer outro ser vivo, sem motivo e sem prestar contas de seus atos. À noite, morreu meu fiel companhiero e meu amigo, meu Foski, nunca vou deixar de sentir falta dele, nada me o trará de volta, mas não quero, nem posso permitir que isso fique como está e caia no esquecimento”.