Um dos cachorros mantidos pela União Protetora dos Animais (UPA), em Campinas (SP), morreu na tarde de sexta-feira (16), vítima de parvovirose, uma doença grave que leva a maior parte dos cachorros a óbito e que é altamente contagiosa. Segundo a Polícia Civil, o fato reforça os indícios de maus-tratos e irregularidades sanitárias no espaço usado há três anos pela organização não-organizacional fundada pelo deputado estadual Feliciano Filho (PEN).
Segundo a delegada que preside o inquérito, Rosana Mortari, o cão foi visto junto de outros animais durante a vistoria dos policiais, na quarta-feira (14), sendo que ele deveria ter sido isolado por ter uma doença grave e contagiosa. “O veterinário da clínica onde o cachorro foi atendido disse que essa foi a primeira vez em que ele foi levado para atendimento, mas não resistiu. Isso agrava a situação. É mais uma prova de maus-tratos, desleixo e falta de responsabilidade”, afirma.
Rosana adiantou ainda que planeja solicitar, nos próximos dias, exames sorológicos dos 27 animais que permanecem no canil da UPA. “Minha preocupação é de que a maioria esteja contaminada, pois esse cachorro que morreu tinha no máximo dois anos. Vamos tentar tirar todos de lá”, explica. Além disso, a delegada reiterou que a ONG está proibida de realizar feiras para adoção dos animais.
O Setor de Proteção aos Animais e Meio Ambiente da Polícia Civil recebeu uma denúncia de maus-tratos a animais e irregularidades na estrutura do abrigo da UPA. No local, foram encontrados cinco filhotes de cães mortos também por parvovirose, armazenados dentro de um freezer, junto com uma quantidade de carne moída estragada, além de remédios vencidos.
‘Não é pet shop’
Procurado pelo G1, o fundador da UPA alegou que o animal estava isolado dos demais e endossou que a organização resgata somente cães com saúde debilitada. “Não é um pet shop, resgatamos os que estão em sofrimento, quase morrendo. Pelo que sei, esse chegou muito mal”, justificou Feliciano Filho.
O ex-presidente da UPA, Vicente Carvalho e Silva, negou que o cão tenha sofrido de maus-tratos e afirmou que ele levou o animal à clínica e providenciou a medicamentos. “Eu levei ele no veterinário, já tinha comprado os remédios e quando ia começar a dar, ele morreu. Como isso pode ser considerado maus-tratos?”, questiona.
Fonte: G1