Katraka, um cachorro da raça pinscher, não consegue ouvir a palavra “pedalar” sem ficar completamente tomado por uma enorme euforia. Conhecido como um cão ciclista, ele acompanha o frentista Sandro Farias, de 41 anos, em trilhas de bicicleta em São Carlos, no interior de São Paulo.
A presença do cachorro nas aventuras do tutor chamam a atenção por onde quer que Sandro passe. Não é incomum, inclusive, que crianças e adultos peçam para tirar fotos ao lado de Katraka, que tem 1 ano e 9 meses e já ganhou até perfil em rede social.
Usando óculos de proteção contra o vento e roupinha, Katraka é colocado dentro de uma mochila própria para transporte de cachorros nos dias em que sai para passear de bicicleta com seu tutor.
Desde 2019, o pinscher é a alegria da casa. Além de Sandro, sua esposa, Kátia Farias, também é bastante apegada ao animal, tratado como membro da família. Katraka chegou ao lar quando tinha apenas dois meses de idade e, desde então, vive cercado de cuidados e afeto. O carinho da família é também uma retribuição ao amor que o cachorro oferece ao casal, tendo inclusive ajudado Kátia a superar uma depressão.
“No início ela não queria, mas foi se acostumando com o jeitinho, brincando e hoje ele é o xodó dela, o companheiro das caminhadas”, contou Sandro ao G1. Segundo ele, a ideia de levar o cachorro para as trilhas já existia há bastante tempo, mas foi concretizada recentemente após o frentista conhecer a história de Yellow, uma cachorra que passou a acompanhar seu tutor ciclista em passeios pela capital de São Paulo após ser abandonada em uma pista de mountain bike.
Preocupado com o bem-estar de Katraka, Sandro questionou o veterinário do cachorro sobre a possibilidade de levá-lo às trilhas. O profissional, então, informou que ele deveria esperar o cachorro completar um ano de idade e também o orientou sobre cuidados a serem tomados.
Seguindo as orientações recebidas, o tutor começou a levar o cachorro após ganhar uma bolsa de transporte de uma amiga que também pratica o ciclismo. No começo, ele pedalava por dois quilômetros carregando o cachorro nas costas. “Eu ia na casa da minha mãe e voltava. Aos poucos fui aumentando para cinco, dez quilômetros. Hoje, já pedalamos até 80 quilômetros”, contou.
O óculos usado pelo cachorro também foi um presente e Katraka só não gosta de usá-lo quando não está sobre a bicicleta. Durante os passeios, além dos acessórios, o frentista não esquece de levar água, ração e brinquedos para o cão utilizar nas paradas. “Quando ele quer fazer as necessidades, ele começa a lamber minha orelha, às vezes até late. Então eu paro, tiro da bolsinha, ele vai lá, faz e volta”, contou.
Nos momentos em que o tutor está no trabalho, Katraka fica em casa fazendo companhia à esposa do frentista. E sempre que possível, o casal leva o cachorro quando precisa ir a algum lugar. “Todo lugar que a gente vai, a gente tenta levar [o cachorro], não dá pra deixá-lo. Ele é da família e a gente trata como se fosse filho”, concluiu Sandro.