O rotweiller que foi arrastado pelo carro de seu tutor por pelo menos 1 km em Piracicaba, no interior de São Paulo, pode ter a pata amputada ainda nesta segunda-feira (7). “A chance de amputação da pata do cão é de 70%”, disse Armando Frasson, o veterinário responsável pelo caso. O animal já passou por uma cirurgia para evitar a amputação. Apesar disso, segundo Frasson, o sangue não está chegando corretamente à pata.
O veterinário esperava os últimos exames do cachorro nesta segunda para saber se a amputação vai ser necessária. Segundo ele, se comprovada a necessidade de amputar a pata, a cirurgia deve acontece ainda nesta tarde. “A lesão foi muito grande e complicada. Nós estamos tentando de todas as formas a preservação da pata, mas se não tiver como fazer, nós teremos que amputar”, comentou Frasson.
A presidente da ONG Vira-Lata Vira-Vida, Miriam Miranda disse que já havia sido informada da possibilidade. Ela socorreu o animal quando foi ele foi arrastado na quarta-feira (2). “Nós ficamos sabendo que a pata está sem irrigação e está muito fria. Se não tiver jeito, a única solução é a amputação, infelizmente”, comentou.
A ONG mantém na internet uma página onde são divulgadas informações sobre o tratamento do cachorro, chamado de Lobo. Segundo Miriam, o caso gerou uma repercussão muito grande e a ONG recebeu apoio de pessoas até mesmo de fora do país. “Foi um caso assombroso e nós recebemos solidariedade [de] pessoas querendo ajudar da Alemanha, Chile e Portugal”, disse.
Tutor
O tutor de Lobo foi localizado pela Polícia Civil na tarde de quinta-feira (3). O mecânico Claudio César Messias, que conduzia a caminhonete, disse que foi um acidente. Em depoimento à polícia, Messias afirmou que passeava com o cão, que pulou da carroceria da picape sem que ele notasse. “Só percebi que o estava arrastando quando um motoqueiro me parou e avisou. Fui embora porque achei que ele tivesse morrido, me deu um branco, um desespero e saí”, afirmou.
O delegado Wilson Sabino informou que será feita perícia na caminhonete e na corda que prendia o cachorro. Em seguida, as testemunhas serão ouvidas. “Vamos ver se há divergência entre o que ele disse e o relato das testemunhas. A princípio, o que eu penso é que é preciso ter cautela com os animais domésticos. Se ele queria passear com o cão na caminhonete, deveria se cercar de cuidados maiores”, disse o delegado.
O mecânico vai responder por abuso a animais, crime previsto no artigo 32 da Lei de Defesa ao Meio Ambiente. Ele aguarda o correr das investigações em liberdade, já que não houve uma situação de flagrante. Caso seja condenado, a pena pode chegar a um ano de prisão, além de multa.
Fonte: G1