Em Uberaba, um cão ganhou um novo lar graças à sensibilidade de um coletor de lixo que, em meio ao trabalho pesado, viu o animal no meio do lixo. Depois de adotado, o filhote chamado de “Gari” recebeu todos os cuidados.
Era um dia de trabalho comum como os outros em Uberaba. Natural do Maranhão, Antônio Reis Lopes Silva, de 27 anos, fazia a coleta de lixo de um condomínio na Avenida dos Curiós, no Bairro Pontal. Foi quando jogaram o material no caminhão para ser prensado, é que Antônio e os outros colegas de serviço perceberam um barulho diferente.
“Chegamos nós quatro lá, tinha um monte de caixa e jogamos no caminhão. Quando eu fui prensar, escutei o cachorrinho gritando lá dentro”, relembrou Antônio.
“A gente pegou na alavanca, abriu a prensa, abaixou ela para pegar o lixo e subir. Foi aí que escutamos os latidos e ficamos nos perguntando o que tinha dentro daquele caminhão. Subimos a prensa de novo e vimos que o cachorro estava amarrado”, contou Valdir da Conceição, coletor de lixo.
Comovido pela forma como o filhote com poucos dias foi encontrado, Antônio quis adotá-lo. A partir daí, ele se tornou bem mais do que o mascote da turma: agora, é o melhor amigo do Antônio e da família dele.
“Tinha uma corda amarrada na pata dele. Peguei e decidi que ia levá-lo para casa. Liguei para o encarregado da empresa contando o que tinha acontecido. É triste, né, o pessoal fazer isto com um animal. Mas cada um tem um coração diferente”, desabafou Antônio.
“Quando ele me ligou, automaticamente eu também fiquei comovido com a situação. Então, fui até o local onde eles estavam e me deparei com uma cena lamentável: um pequeno animal dentro de uma caixa de papelão, com as perninhas amarradas, sem nenhuma defesa. Então, não é comum a gente ver um ato nessa situação em uma coleta de lixo”, comentou o encarregado da empresa de coleta de lixo, Antônio Onofre Barbosa.
Gari aproveita bem o novo lar. Já tomou conta da casa e o lugar preferido dele é o sofá, onde fica a maior parte do tempo.
A história poderia ter sido bem diferente se Antônio estivesse no “piloto automático”. Porém, o coletor de lixo está sempre atento aos pequenos detalhes, como um barulho por exemplo. E, o que seria uma situação de rotina, se tornou um presente. Graças aos sentidos que estão atentos às coisas simples da vida.
“Ele sofreu, mas daquela hora para cá, ele agora não vai sofrer mais. Ele está de boa agora comigo. Quando eu for embora, vou levar ele para o Maranhão. Levar um cachorrinho mineiro para o Maranhão”, brincou Antônio.
Fonte: G1