Um cão abandonado por garimpeiros durante um confronto com policiais federais na maior operação contra o garimpo ilegal em andamento no sul do Amazonas foi resgatado nessa sexta-feira (23). A Polícia Federal (PF) já destruiu mais de 300 dragas durante a operação.
A Operação Prensa, que conta com o apoio do Ibama e da Funai, começou na terça-feira (20) e foca no Rio Madeira e seus afluentes, o Rio Aripuanã e o Rio Manicoré.
Durante a operação, agentes da Funai, PF e Ibama resgataram o cão na calha do Rio Madeira, após os criminosos o terem jogado na água na tentativa de dificultar o avanço das equipes.
Após o resgate, o cachorro foi adotado por uma comunidade ribeirinha nas proximidades.
Operação Prensa
As equipes percorrem municípios do sul do Amazonas com o objetivo de combater o garimpo ilegal na região. A operação será contínua, sem um prazo definido para conclusão, segundo a PF.
Na tarde de quarta (21), os garimpeiros reagiram a ação e atacaram policiais federais enquanto as equipes tentavam atracar suas embarcações em um porto de Humaitá.
Posteriormente, os garimpeiros tentaram invadir o prédio da Prefeitura de Humaitá, o que levou ao início de um confronto com a Polícia Militar. Cerca de 16 pessoas foram presas.
A operação prossegue, com o último balanço da PF indicando a destruição de 303 dragas utilizadas na região, a maioria delas concentrada em Humaitá. Os agentes estão usando drones e helicópteros para mapear os locais afetados.
O uso de dragas no garimpo ilegal
De acordo com a Polícia Federal, as dragas removem areia do fundo do rio, que é misturada com mercúrio para extrair o ouro. Esse processo contamina as águas, resultando na morte de peixes. A população indígena e ribeirinha nas proximidades também é afetada pela contaminação e pela violência provocada pelos garimpeiros.
Segundo a PF, os garimpeiros aproveitam a estiagem, quando os níveis dos rios estão mais baixos, para facilitar a extração do ouro. Investigações também revelam que o garimpo ilegal ocorre em áreas indígenas.
“O comportamento dos garimpeiros justifica os dois eixos estratégicos da Polícia Federal no combate ao crime ambiental: a parte dissuasória e operacional, que envolve a destruição dos equipamentos, e a parte de polícia judiciária, que se dedica a investigações estruturantes para combater a lavagem de dinheiro e responsabilizar os líderes desses crimes”, afirmou o superintendente da PF no Amazonas, João Garrido.
Fonte: G1