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ESPÉCIES AMEAÇADAS

Cantor porto-riquenho Bad Bunny celebra sapos nativos em seu novo álbum

Nas recentes canções, o artista alerta sobre a preservação de ecossistemas ameaçados e de espécies icônicas de sapos de Porto Rico

24 de janeiro de 2025
Redação Um Só Planeta
6 min. de leitura
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Amada por todos os porto-riquenhos, um sapo coqui espreita de uma flor canário encharcada pela chuva — Foto: Getty Images

O mais recente álbum da estrela do reggaeton Bad Bunny, de Porto Rico, foi lançado no dia 5 de janeiro e rapidamente atingiu o topo das paradas musicais. Mas DeBÍ TiRAR MáS FOToS não é apenas um sucesso comercial, é também um manifesto ambiental e cultural e foi considerado pelo artista uma carta de amor à sua terra natal. No coração dessa narrativa estão o sapo coquí e o sapo-de-crista-porto-riquenho, espécies ameaçadas por conta das mudanças climáticas e da destruição de seus habitats.

O lançamento do novo álbum repercutiu bastante nestas primeiras semanas de 2025 nos Estados Unidos, quando o cantor esteve no metrô de Nova York ao lado do apresentador de talk-show Jimmy Fallon fazendo uma performace para divulgar sua participação no programa.

Biodiverdidade porto-riquenha

O novo disco registra a melodia entoada pelo coquí e apresenta o sapo-de-crista-porto-riquenho como mascote. Reportagem da National Geographic destaca que, para Bad Bunny, os anfíbios representam o espírito duradouro de sua terra natal. Por meio de suas letras e visuais evocativos, ele chama a atenção para a necessidade de proteger a natureza enquanto celebra a identidade cultural que os animais incorporam.

Sua nova obra mostra os sapos como símbolos de resiliência e pede ações para proteger esses e outros tesouros naturais e culturais de Porto Rico.

“Bad Bunny nos deu uma oportunidade única, e espero que nosso povo saiba como tirar proveito disso”, disse Rafael Joglar, professor de Biologia na Universidade de Porto Rico e fundador da ONG de proteção sem fins lucrativos The Coquí Project, à NG. “Esta é a melhor coisa que nos aconteceu em muito tempo em termos de proteção.”

Ameaças crescentes

O sapo coquí, conhecido por seu canto noturno “ko-kee, ko-kee”, é um símbolo cultural de Porto Rico. Ele é celebrado em cerâmicas, pinturas e poesias indígenas taínos. O sapo-de-crista (sapo concho), por sua vez, embora menos conhecido, também tem a sua importância: é uma das duas únicas espécies nativas de anfíbios em Porto Rico que não é um coquí e esteve desaparecido por mais de 40 anos até ser redescoberto na década de 1970.

“Os anfíbios são o grupo mais ameaçado de animais vertebrados na Terra. Costumávamos ter 17 espécies de coquis, e já perdemos três delas”, relatou Joglar. “O sapo concho, como outras espécies de anfíbios em Porto Rico, foi negligenciado devido à falta de financiamento, comprometimento sério, expertise ou todos os itens acima.”

Importante salientar que o aumento das temperaturas e a mudança dos padrões climáticos perturbaram os habitats desses animais. O rápido desenvolvimento costeiro que está remodelando a paisagem da ilha também tem seu papel. Para se ter uma ideia, a urbanização já dizimou a população de sapo concho no norte de Porto Rico, enquanto várias espécies de coquí enfrentam ameaças semelhantes.

Por isso, o recente trabalho de Bad Bunny tem sido considerado tão importante. Nele, o artista não só reafirma seu amor por Porto Rico, mas também dá voz à natureza e demostra a importância de proteger a herança do país.

Fonte: Um Só Planeta 

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