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POLÔNIA

Canibalismo e deformações: galinhas sofrem torturas indizíveis em fazenda de produção de ovos

3 de outubro de 2023
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Pavel Svoboda Fotografia / Shutterstock

Recentemente, imagens registradas em uma fazenda de ovos na Polônia têm provocado ondas de indignação em toda a Europa. As fotografias, registradas pelos próprios trabalhadores empregados na propriedade de Fermy Drobiu Woźniak, o maior produtor de ovos da União Europeia, revelam uma realidade horrenda. Nas imagens, podemos ver pilhas de galinhas mortas, pernas torcidas, penas arrancadas, ovos ensanguentados e condições de superlotação que são apenas algumas das cenas angustiantes capturadas. Enquanto o mundo observa horrorizado, a Anima International, uma organização de defesa dos direitos animais, apela à União Europeia para que mantenha firme seus planos de proibir o uso de gaiolas para galinhas. Esta revelação sublinha a urgente necessidade de regulamentações mais rigorosas em matéria de bem-estar animal na indústria avícola europeia.

Durante o verão, Oksana e Sasha, duas funcionárias de uma fazenda de galinhas poedeiras na aldeia de Wioska, localizada no centro-oeste da Polônia, decidiram lançar luz sobre as condições desumanas enfrentadas por esses animais diariamente. A fazenda em questão pertence a Fermy Drobiu Woźniak, um produtor que mantém quase um milhão de galinhas em gaiolas e dezenas de milhares em celeiros. Surpreendentemente, uma em cada cinco galinhas poedeiras na Polônia reside em uma das explorações de Woźniak.

Oksana e Sasha documentaram suas seis semanas de trabalho, revelando as terríveis condições enfrentadas por essas aves. Suas tarefas diárias incluíam a remoção de galinhas mortas das gaiolas, muitas das quais haviam perecido devido às severas condições de criação ou eram vítimas de ataques de outras galinhas em meio à superlotação. Algumas aves definham em gaiolas durante semanas, já em avançado estado de decomposição. Muitos dos animais apresentavam graves doenças físicas, incluindo falta de penas, pernas deformadas e feridas abertas, e alguns até morriam de exaustão. Algumas galinhas chegaram a óbito enquanto botavam ovos, com os ovos ainda presos dentro delas.

Sasha descreve as cenas sombrias, dizendo: “Às vezes, elas estavam azuis e vazando fluidos.” As galinhas, confinadas em espaços apertados, frequentemente exibiam comportamento agressivo, como bicar umas às outras até a morte ou recorrer ao canibalismo.

Atualmente, a União Europeia está considerando a proibição das gaiolas como parte de sua revisão mais ampla da legislação sobre o bem-estar animal. A Iniciativa de Cidadania Europeia “End the Cage Age”, iniciada pela Compassion in World Farming e apoiada por 1,4 milhão de pessoas, impulsionou esse movimento em direção à mudança. Espera-se que a Comissão Europeia apresente uma proposta legislativa sobre o assunto no próximo outono. No entanto, relatórios recentes que sugerem o abandono desses planos alarmaram os defensores do bem-estar animal.

As operações da Fermy Drobiu Woźniak não se limitam à Polônia, pois exportam 70% de sua produção para 60 países na Europa, Ásia e África. Infelizmente, isso significa que milhões de animais estão sujeitos a sofrimento semelhante dentro e fora das fronteiras da UE. Essa revelação serve como um lembrete claro de que o bem-estar animal transcende fronteiras nacionais e exige uma ação global unificada.

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