Uma operação de emergência conseguiu salvar 10 cangurus que corriam risco de morte após bombas atingirem o Feldman Ecopark, em Kharkiv. O bombardeio causou a morte de orangotangos, veados, chimpanzés e muitos outros animais, além de três funcionários. Lobos que tiveram os recintos destruídos fugiram e não foram mais encontrados. Os cangurus foram transportados soltos na traseira de uma van sem receber nenhum sedativo, pois não havia caixas de transporte adequadas.
A retirada dos cangurus foi divulgada pelo zoo em seu perfil no Instagram, mas não foi informado o destino dos animais. O comunicado informa que os cangurus estão em segurança e que, graças ao apoio de empresas, ativistas e ONGs, muitos animais ainda serão retirados essa semana. “Esses cangurus já estão seguros. Isso é muito bom, porque seus recintos, infelizmente, foram repetidamente bombardeados. Acreditamos que agora eles vão ficar bem”, disse o Feldman Ecopark.
O zoo esclarece também que as vítimas da guerra no zoo continuam aumentando e ainda não há um balanço de todos os animais que morreram. “Não podemos evitar tragédias. Quatro gamos (uma espécie de veado nativo do leste europeu) e três cabras galesas foram vítimas de outro bombardeio bárbaro. A lista de vítimas de agressão entre nossos animais de estimação está crescendo – já inclui grandes felinos, primatas, ungulados, marsupiais e pássaros”, disse em nota.
Tensão sem fim
Após o zoológico de Feldman, em Kharkiv, anunciar que um bombardeio matou macacos e veados que eram mantidos em cativeiro no local, o zoo de Kiev anunciou que não tem planos para evacuar os quatro mil animais que são mantidos aprisionados em suas instalações. Elefantes, camelos, gorilas e outras espécies selvagens pivadas de sua liberdade permanecerão na capital ucraniana em meio aos bombardeios e correm risco de morte.
Criticado, o zoo justificou que não não há apoio logístico para retirar os animais, que estão recebendo apenas cuidados paliativos, como sedativos durante explosões. O diretor do local informou que “não é possível oferecer serviço veterinário adequado e transporte de gaiolas para outro país” e disse ainda que “os funcionários do zoológico, tratadores, veterinários, serviço de engenharia e outros, estão no zoo e trabalham 24 horas por dia”.
Caso Feldman
O conflito entre Rússia e Ucrânia não ameaça apenas pessoas e animais domésticos, espécies selvagens e silvestres aprisionadas em cativeiro estão em situação de completa vulnerabilidade. O zoológico de Feldman, em Kharkov, foi atingido por bombas russas. Informações divulgadas pela equipe do local afirmam que veados e várias espécies de macacos morreram com as explosões. Existe ainda a possibilidade de mais animais terem sido atingidos, pois o zoo é grande e com a guerra, há poucos funcionários para realizar uma vistoria.
Dados da BBC apontam que ocorreram pelo menos 50 relatos de explosões na área onde fica o zoológico, que acusa o ataque de ser proposital. “Não podemos dizer que foi um acidente. Ao nosso redor há apenas floresta e uma estrada, eles queriam nos atingir mesmo não sendo um alvo militar”. Os funcionários do zoo confirmam que os animais estão em risco. “Os animais vivem em vastas áreas naturais e ainda não podemos ter uma estimativa certa dos danos. Neste momento é impossível pensar em movê-los ou escondê-los em algum lugar”, disse o Feldman em nota.
Nota da Redação: zoológicos e outros locais que aprisionam animais devem ser completamente extintos. Casos como os zoos da Ucrânia servem para alertar a população mundial sobre a injustiça e crueldade escondida atrás de zoológicos e outros locais que mantém animais em cativeiro apenas para divertimento humano. É preciso clarear a consciência para entender e respeitar os direitos animais. Eles não são objetos para serem expostos e servirem ao prazer de seres humanos. As pessoas podem obter alguns minutos de entretenimento, mas para eles é uma vida inteira de exploração e abusos condenados pelo egoísmo humano.