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Câncer é a causa de morte não acidental mais comum nos animais

10 de fevereiro de 2011
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O tumor de mama é a doença oncológica mais prevalente nos animais domésticos, sendo que metade dos casos registrados em cadelas são malignos.

Ao contrário do que acontece nos países anglo-saxônicos, o tumor mamário nas fêmeas é o tipo de cancro mais comum nas cadelas e gatas em Portugal. Isto porque, explica Luís Montenegro, diretor clínico do Hospital Veterinário Montenegro, no Porto, “nesses países é prática corrente a esterilização das fêmeas”.

A oncologia veterinária é o tema do VII Congresso do Hospital Veterinário Montenegro e da 1ª edição do Congresso de Enfermagem Veterinária, que se realizam este fim de semana no Europarque, em Santa Maria da Feira. Estarão presentes mais de 1200 profissionais de saúde animal de várias partes do mundo, que irão debater, entre outros assuntos, as novas abordagens terapêuticas do cancro, a cirúrgia oncológica e os diversos tipos de câncer.

Luís Montenegro considera que os tutores de animais estão já conscientes de que estes podem ser vítimas de cancro, mas tendem “a desvalorizar os sinais de alarme até um estadio em que começa a haver perda da qualidade de vida do animal”.

A prevenção é, também neste caso, o melhor tratamento que pode existir. É importante os tutores estarem atentos a sinais como perda de peso, aparecimento de tumores mamários nas fêmeas (sendo aconselhada a palpação mensal), dificuldades respiratórias, gânglios aumentados, claudicações, alterações no pêlo (como a perda do brilho) ou no comportamento do animal.

No caso das fêmeas, Luís Montenegro aconselha a esterilização, dois a três meses, após o primeiro cio, não havendo objetivos reprodutivos, é uma das melhores formas de evitar o aparecimento deste tipo de cancro. “No caso das cadelas, 50% das situações são malignas. Nas gatas, a prevalência de cancro de mama é menor, mas em 90% dos casos o tumor é maligno”, sublinha.

Segundo Montenegro, “esta hipótese vai prevenir o sofrimento do animal e é também uma opção que sairá mais econômica para o tutor, porque evita tratamentos para o cancro, como a cirurgia e a eventual quimioterapia, que são muito caros.”

Luís Montenegro explica que “é importante a vigilância rotineira da mama, verificar se há pequenos nódulos porque se o tumor for detectado quando tem o tamanho de um bago de arroz a cirurgia vai resolver o problema. O tutor deve também controlar se há uma alteração súbita do comportamento, que inclua perda de apetite, perda de vitalidade ou falta de vontade para se exercitar, para que o câncer seja detectado em fases iniciais e possa haver uma atuação antecipada do veterinário.

Os tumores cutâneos, por exemplo, atingem em maior número os animais com pêlo curto e/ou de cor clara, bem como aqueles que são frequentemente tosquiados. Nestes casos, “deve evitar-se que o animal se exponha excessivamente ao sol ou, caso não seja possível, aplicar protetores solares com alto índice de proteção”, aconselha Luís Montenegro.

À semelhança do que acontece com os seres humanos, determinadas substâncias presentes nos alimentos ou a toma de determinados medicamentos pode também tornar os animais mais sensíveis aos raios ultravioletas. O nariz, a ponta das orelhas e os olhos são as áreas mais afetadas.

Os tumores, em geral, têm um grande fator genético, pelo que são mais frequentes em animais de raças puras do que de raças indeterminadas.

Fonte: JN

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