Assim como na medicina humana, a campanha do Outubro Rosa se faz presente na veterinária. O câncer de mama afeta 45% das cadelas e aproximadamente 30% das gatas, segundo o levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. A maior incidência é nas fêmeas, mais comum em cadelas de 4 a 12 anos e em gatas a partir de um ano de vida.
As chances de cura aumentam quando há prevenção e diagnóstico precoce; para isso, cabe aos tutores observarem os sinais e garantirem acompanhamento médico. Mas, segundo revelam pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 17% das cadelas diagnosticadas já estão em estágio avançado.
“É provável que isso ocorra porque a doença começa silenciosa, portanto, os tutores acabam não percebendo a tempo. Também pode ocorrer de essas famílias carecerem de informações e não conseguirem identificar os sinais, então a conscientização sobre prevenção e diagnóstico precoce faz toda a diferença”, explica a veterinária Melyssa Shimamoto.
A especialista explica que os tumores podem surgir desde a área do pescoço até próximo à região das genitais. A atenção deve redobrar para pequenos nódulos, inchaços, vermelhidões e secreções que podem sair pelos mamilos. Além disso, alguns dos demais sintomas do câncer de mama em animais são o emagrecimento, falta de apetite, sangramentos inexplicáveis, feridas que não cicatrizam, dificuldades para respirar, urinar ou evacuar e nódulos pelo corpo.
“Além de observar os sintomas, os tutores aproveitem os momentos de carinho e brincadeiras para observar as áreas do corpo e palpar as mamas dos animais para avaliar se há alterações. Ainda que por vezes não gostem de toque físico, a abordagem é válida para os gatos, mas sempre respeitando o tempo deles”, orienta Melyssa. Ao sentir a anormalidade, o tutor deve levar o animal imediatamente ao médico-veterinário. Ela reforça ainda que, apesar de raros, até os machos podem ter a doença, então vale a orientação também.
Para diagnosticar o câncer de mama em gatos e cadelas, os médicos terão como base o histórico clínico, os sintomas apresentados, a avaliação física, além de exames de imagem e sangue. Já para o tratamento, na maioria dos casos acaba sendo necessária a mastectomia, que é a retirada parcial ou total das mamas. A depender do grau de malignidade, a cirurgia pode acompanhar o uso de medicamentos quimioterápicos.
Segundo Melyssa do Nouvet, para além do check-up médico, a castração é um dos principais métodos de prevenção. Ela explica que o surgimento do câncer de mama está relacionado, além da genética, à produção dos hormônios estrogênio e progesterona, produzidos pelos órgãos reprodutivos removidos na cirurgia de castração.
Dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) apontam que, quando castrada antes do primeiro cio, uma cadela passa a ter menos de 1% de risco de desenvolver tumores de mama; já para as gatas, a castração precoce reduz em 91% as chances de desenvolvimento de lesões.
Fonte: Portal de Holanda