A delegada titular do setor de Defesa dos Animais, Rosana Mortari, abriu investigação na quinta-feira para apurar a denúncia feita pelo Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais sobre maus-tratos e a verificação da quantidade de capivaras no Lago, a fim de tentar evitar o sacrifício. Segundo a delegada, o objetivo é tentar inibir o abate.
Para a delegada, é possível que tenha alternativa ambiental correta.
“Não pode eliminar o animal por conta de ser hospedeiro do carrapato. Precisamos buscar uma solução visando a saúde pública, como, por exemplo, colocar os animais em um local adequado”, diz Rosana.
A polícia vai verificar se as capivaras estão recebendo os cuidados necessários para o confinamento, como abrigo, água, alimentação e castração, além de analisar a suspeita do sumiço de alguns animais.
De acordo com a delegada, serão feitos laudos do local e, se necessário, serão ouvidos os funcionários. O prazo da investigação é de 30 dias, mas pode ser estendido. A pena máxima, em caso de constatadas irregularidades, é de dois anos de prisão ou multa.
Ratificação
Técnicos da Secretaria de Saúde de Campinas se reuniram com representantes do meio ambiente e jurídico, na semana passada, com laudos e documentos de pesquisa feitos desde 2008, quando as capivaras foram confinadas, para discutir com o prefeito em exercício, Demétrio Vilagra, a recomendação do abate.
De acordo com a Secretaria de Sáude, o sacrifício dos animais é consenso entre os profissionais e o modo mais seguro de combater o carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, que se hospeda nas capivaras.
O sacrifício foi autorizado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em janeiro. A Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo (Sucen) ajuda a prefeitura no monitoramento e acompanhamento da infestação do carrapato no local e também no manejo ambiental.
Entre 2006 e 2008, três funcionários da prefeitura que trabalhavam no Lago do Café morreram com febre maculosa. O local, uma das principais áreas de lazer de Campinas, foi interditado por causa da infestação do carrapato-estrela. Na cidade, desde 1999, já foram registrados 75 casos, com 22 mortes.
Fonte: EPTV