A Campanha Guarda Responsável foi tema de debate na última terça-feira na sede social do Sesc. Profissionais da medicina veterinária e de outras áreas, além de movimentos sociais, se reuniram para discutir iniciativas de manejo de população animal. Abandono e maus-tratos são alguns dos motivos de intensificação do problema.

Cerca de 20 pessoas acompanharam, na última terça-feira (19), palestra sobre a Campanha Guarda Responsável, no Sesc. A  iniciativa é do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR). No público estavam presentes profissionais, estudantes e representantes de ONGs.

Segundo Álvaro Bueno Filho, delegado do Conselho em Ponta Grossa, além da palestra, a campanha também envolve a produção de materiais explicativos: “O objetivo é atingir o maior número de pessoas, através de panfletos, cartazes, além do contato com políticos e associações de moradores”, afirma.

O delegado também afirma que o processo de conscientização é apenas uma das medidas necessárias ao manejo da população de animais. Para ele, um dos principais motivos para que este problema ocorra é o abandono: “Outra dificuldade é o aumento da população de animais semidomiciliados, ou seja, animais que têm tutor, mas passam parte do dia nas ruas”.

O evento no Sesc teve a apresentação do veterinário Leonardo Nápoli. Entre os assuntos debatidos, estava a necessidade de informar a população sobre os cuidados com os animais domésticos, políticas públicas de manejo, e a necessidade de mudanças na legislação. O veterinário defende que a castração não é a única saída para amenizar o problema: “As cidades não dão conta da demanda de castração que resolveria efetivamente o caso da superpopulação. É preciso conscientização na sociedade sobre maus-tratos e abandono”.

Uma das dificuldades para desenvolver projetos de manejo da população animal nas ruas é a falta de pesquisas na área. Em Ponta Grossa, por exemplo, ainda não há estudos prontos a respeito da quantidade de animais nas ruas. Essa escassez de dados dificulta propostas de acordo com a realidade da cidade.

Para a integrante do Grupo Fauna, Isabele Futerko, que acompanhou o evento, a iniciativa da campanha reforça algumas frentes que a ONG já desenvolve. Além disso, defende a adesão de profissionais da medicina veterinária na função educativa: “É necessária a participação dos veterinários, já que estão em contato direto com proprietários de animais e podem informar sobre os cuidados que essa responsabilidade exige”.

ONG afirma que somente a legislação não é suficiente para minimizar problema

A Lei nº 6179, de 23 de junho de 1999, é uma das pioneiras no Brasil relativas ao tema. Ela prevê o controle de populações animais, além da prevenção e controle de zoonoses em Ponta Grossa. Em 2007, essa lei passou por alterações que atualmente regulam a política de manejo da cidade.

Confira algumas recomendações da CRMV-PR.

Saúde

Um animal mantido em ambientes sujos pode ser infestado por vermes, carrapatos, pulgas e piolhos. Cuidando da higiene dele, você também está protegendo a sua saúde. Cães e gatos são vulneráveis a muitas doenças, as quais podem ser perigosas para os humanos. Procure um médico veterinário e vacine periodicamente seu animal.

Procriação

A cada ano, cães e gatos podem gerar muitos filhotes. Em seis anos, um casal de gatos e suas crias, por exemplo, podem gerar cerca de 420 mil filhotes.
Seja responsável. Procure um médico veterinário e esterilize o seu animal de estimação, seja ele cão ou gato. As técnicas modernas da medicina veterinária contribuem para cirurgias seguras e de rápida recuperação. Em fêmeas, a cirurgia de esterilização reduz o risco de tumores mamários.

Fonte: Portal Comunitário