O Fundo Mundial Para a Natureza (WWF) lançou uma campanha com o tema “Proteger o Cerrado é proteger o futuro do Brasil” para conscientizar a população sobre o risco de desaparecimento de espécies que habitam o Cerrado. O objetivo é demonstrar que a destruição do Cerrado afeta todos, não importa onde se encontrem.
“Os impactos que o Cerrado sofre podem afetar a biodiversidade e os recursos básicos para a vida, como o fornecimento de água e a segurança alimentar, além de ameaçar os povos e comunidades que vivem e dependem do bioma”, disse a organização, segundo o portal Araguaína Notícias.
Entre as espécies em risco de extinção, a campanha citou o pato-mergulhão, tatu-canastra, onça-pintada, tamanduá-bandeira, lobo-guará e anta. De acordo com a bióloga Angélica Beatriz Corrêa Gonçalves, inspetora de Recursos Naturais do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), a ação humana está envolvida em todas as causas dessas diminuições populacionais – como a caça ilegal, desmatamento, entre outras.
“O que mais importa no momento para a proteção do Cerrado no Tocantins é garantir a efetiva implementação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação (Lei 1560/2005) e a correta aplicação do Código Floretal para estabelecimento das Reservas Legais. O conjunto de ambientes conservados é a única estratégia no âmbito das políticas públicas capaz de oferecer locais saudáveis para a sobrevivência das populações de animais”, comentou a bióloga no Araguaína Notícias.
Para ajudar a WWF na luta contra destruição do bioma, é possível realizar uma doação no site do projeto.
Espécies em risco e suas classificações
Diversos parâmetros são considerados para determinar se um animal está ou não em risco de extinção, incluindo análises de especialistas em diferentes grupos taxonômicos (invertebrados, répteis, aves e mamíferos). Com bases nesses, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lançou em 2018 o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
O documento identificou o grau de risco de extinção de cada espécie e também os fatores que as colocam em risco, incluindo quais são as ameaças, onde estão localizadas e sua relação com atividades humanas.
“Os dados oficiais, seguidos por estados e municípios, são compostos pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio do ICMBio, que apresentou a lista vigente de animais ameaçados e cujos estudos que confirmaram as espécies da lista tiveram o resultado oficializado na Portaria MMA N˚ 444/2014 […]”, explicou Angélica.
Marcelino de Oliveira, responsável pela publicação do livro e então diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, afirmou que o objetivo da publicação não é só apontar culpados, mas observar os dados obtidos para criar estratégias de conservação mais inteligentes e eficazes.
“Essa é uma história do quanto o conhecimento é essencial para a conservação da biodiversidade; é a base segura para um diálogo objetivo e transformador”, finaliza ele para Araguaína Notícias.