Por Neuza Vollet (da Redação)
Milhares de animais são usados em laboratórios de pesquisa nos Estados Unidos todos os anos e uma nova campanha tem como objetivo expor sua rotina de sofrimento.
A organização Beagle Freedom Project (Projeto pela Liberdade dos Beagles), na Califórnia, que tem se dedicado a lutar pela raça mais usada em experiências, lançou a “Campanha pela Identidade” para tornar públicos os detalhes sobre o que acontece nos laboratórios de pesquisa do país.
A campanha pede que as pessoas “adotem” um animal de pesquisa específico listado no site da organização. Depois de pagar $50, o “adotante” recebe uma etiqueta de aço inoxidável com o número de identificação do animal, um formulário para preenchimento de requisição de registros e um envelope com selo endereçado à universidade onde o animal está sendo usado como sujeito de pesquisa.
O formulário de requisição solicita “todos os registros de admissão, transferência, cuidados diários, saúde do animal, tratamento e progresso, registros veterinários, autópsia, fotografias e vídeos (de 1º de janeiro de 2013 até o presente)”, assim como quaisquer protocolos de pesquisa que tenham relação com esse animal.
“Você se torna um advogado deste animal”, explica uma adotante, Nicole Stundzia, de Rochester, no estado de Minesota. “Está tentando conseguir a libertação do animal para ficar com você quando as experiências terminarem. É para isso que estamos lutando. É para isso que estamos tentando obter os registros”.
A lei relativa à liberdade de informação (Freedom Information Act) exigirá que as universidades públicas que receberem esses requerimentos disponibilizem detalhes sobre os animais e o Beagle Freedom Project então usará as informações para educar o público sobre o que implica fazer pesquisas usando animais.
No passado, a organização também lutou com sucesso para que os animais de pesquisa fossem, não apenas figurativamente, mas literalmente adotados. Desde 2013, nove cachorros de pesquisa aposentados receberam uma segunda chance na vida, em Minesota, por exemplo, com a ajuda da Animal Humane Society, em Golden Valley.
Entretanto, a história desses cães não foi registrada, o que a “Campanha pela Identidade” está tentando reparar. “Não queremos que aqueles animais sejam invisíveis e esquecidos”, diz Jeremy Beckham, que coordena a campanha em período integral para a Beagle Freedom Project.
Espera-se que, à medida que a organização revele informações mais precisas (e, infelizmente, horríveis) sobre o sofrimento diário desses animais, as universidades também decidam parar de vez com suas experiências desumanas.